A crise do sistema de transporte coletivo de Curitiba já começa a pôr em risco a segurança dos passageiros. Nas últimas duas semanas, os passageiros de dois ônibus viram as portas dos veículos desabarem em movimento.
O primeiro caso foi no ligeirinho que faz a linha Pinhais/Campo Comprido, no dia 28 de julho. Por sorte ninguém se machucou. Mas os passageiros, obviamente, ficaram assustados.
“Aí você está indo trabalhar e…. a porta do ônibus cai no meio da rua. Sim, isso mesmo ela quebrou e caiu. Sorte que não estava lotado e não tinha ninguém tão próximo da porta, mas foi um grande susto”, relatou a passageira Karina Aricielli à rádio Banda B.
Nesta quinta-feira, como para mostrar que não se trata de caso isolado, outra porta despencou, num caso quase igual, dessa vez no Santa Cândida-Capão Raso. De novo, por sorte e pelo horário, ninguém saiu ferido. Mas até quando os passageiros precisarão confiar na sorte?
Se a porta cai para fora durante uma curva, não seria de duvidar que um passageiro fosse parar no asfalto. Ou até mais gente: no horário de pico, as pessoas vão comprimidas contra as portas.
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É evidente que isso parece ter relação com o fato de cada vez ônibus mais velhos estarem rodando. As empresas conseguiram uma liminar que as livra da obrigação de renovar a frota, e há mais de 400 veículos com a vida útil ultrapassada. Em 2016, as quebras aumentaram em 21%. Em 2017, a frota está ainda mais velha.
Com isso, os ônibus quebram cada vez mais. E o passageiro que paga a passagem mais cara entre as capitais entra no ônibus apertado sem saber se vai ter que fazer um trecho a pé ou se o veículo aguenta a viagem até o outro lado.
Isso sem contar com o fato da segurança dentro dos ônibus, outro perigo sempre grave. Neste ano, além dos crimes já comuns, houve até um assassinato dentro de um biarticulado, quando um sujeito disse que resolveu impedir a entrada de fura-catracas e acabou esfaqueando um deles.
O prefeito Rafael Greca tem um problema sério pela frente. Que o próximo presidente da Urbs saiba que terá de enfrentar as empresas e colocar ordem na casa, que está virada de ponta-cabeça.
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