A escolha do Sargento Fahur (PSD) como deputado federal mais votado do Paraná é mais uma prova de que muita gente anda votando para o Legislativo como se estivesse escolhendo o xerife da cidade. O PM entrou para o folclore da crônica policial por defender com todas as letras aquilo que os políticos em geral, mesmo na extrema direita, preferem deixar implícito: “bandido bom é bandido morto”, afirma Fahur.
Bolsonarista de primeira hora, Fahur diz que pela suas contas já matou uma dúzia de pessoas junto com suas equipes. Segundo ele, sempre quando o criminoso reagiu. Afinal, diz não ser covarde. “Não sou assassino e não apoio assassino”, diz. De acordo com o credo dele, a “opção do bandido” é entre a cadeia e o caixão. “Se se entregar, é cana”, diz.
As falas de Fahur são cruas a ponto de serem espantosas. Diz ficar feliz quando alguém que está cometendo um crime morre. Sempre que policiais anunciam que balearam e mataram alguém em confronto, ele descreve a situação como “CPFs cancelados com sucesso”. E diz que fica sorridente ao saber que mais bandidos foram parar no “colo do capeta”.
Nesta semana, por exemplo, escreveu após a morte de quatro pessoas pela polícia em Manaus: “Bandido é bandido por opção. Então parabéns aos Policiais que fizeram uma limpeza em Manaus, cancelando com sucesso 04 (quatro) CPFs de quatro bandidos perigosos que haviam feito reféns em um roubo a lotérica. Parabéns mesmo. Vocês me representam. Quanto aos bandidos, colo do capeta pra eles.”
Embora diga que não é assassino, Fahur já deu declarações dizendo que queria ir mais longe. “Gostaria de fazer mais justiça do que eu faço, cortar umas cabeças por aí de vagabundo”, afirmou em entrevista disponível no YouTube. “Esses caras que cometem esse tipo de crime eu me vejo como uma espécie de justiceiro, pegar esses caras e exterminar essa raça do diabo.”
Além de se eleger, Fahur conseguiu emplacar seu “fiel escudeiro”, o Soldado Adriano José (PV), para deputado estadual. Segundo ele, “a base da nossa proposta é endurecer a vida de bandido”. “Está na hora de acabar com as visitas íntimas nas cadeias, se o bandido quer fazer sexo que faça com o companheiro de cela”, escreveu recentemente no Twitter.
A dupla também fala cruamente sobre drogas. Sobre maconha, por exemplo, Fahur já disse que se alguém “fumar em frente da minha casa, eu meto bala”.
De acordo com ele, a opção pela morte de criminosos é uma questão “matemática”. “Tem dez, você mata cinco só sobra cinco para infernizar.”
Outra frase? “Sou a favor de reintegrar o bandido à sociedade. Os órgãos vão pra doação, esqueleto vai pra medicina e o que sobrar vai pra adubo.”
Mais uma, para encerrar: “Bandido bom é bandido morto, e enterrado de cabeça pra baixo, caso ressuscite e comece a cavar, vai cada vez mais fundo.”