Pela primeira vez em muitos anos a frota de carros de Curitiba diminuiu ao longo de um ano, ao invés de crescer. Segundo as estatísticas oficiais do Detran paranaense, em abril de 2015, a capital tinha 981 mil carros de passeio. Em dezembro, eram 980 mil automóveis registrados.
A queda pode parecer pequena, mas não se você comparar com o que vinha ocorrendo em anos anteriores. A média anual de crescimento da frota vinha sendo de aproximadamente 30 mil automóveis.
Curitiba terminou 2012 com 914 mil carros registrados. O número subiu para 942 mil um ano depois. Mais 12 meses, e chegou-se a 978 mil veículos. Até abril, o número ainda cresceu, mas mais lentamente, até chegar ao pico de 981 mil, depois começou a cair.
O Detran afirma não ter uma explicação oficial para a queda. Algumas coisas, no entanto, são claras. A diminuição de veículos não se deu por uma troca de carro pelo ônibus. No ano passado, quando a frota diminuiu, o número de passageiros no transporte coletivo também caiu. Houve um milhão de passageiros a menos do que o previsto.
As pessoas também não trocaram o carro pela moto, aparentemente. Embora o número de motos registradas tenha subido um pouco (de 122 mil para 123 mil) não é o suficiente para explicar porque 30 mil carros deixaram de ser acrescentados à frota.
A crise econômica também poderia ser uma explicação. Mas nos estados vizinhos a frota continuou crescendo. Em São Paulo, por exemplo, a frota de veículos de passeio subiu de 17 para 17,5 milhões em um ano – crescimento menor do que o do ano anterior, mas ainda assim significativo.
No Rio Grande do Sul, a frota também cresceu menos do que em 2014, mas teve aumento de 100 mil veículos, aproximadamente. Florianópolis manteve crescimento parecido com o do ano anterior.
A crise econômica não se restringe ao Paraná, claro. O que houve no Paraná, então, que pode explicar a mudança ocorrida aqui com muito mais força do que em outros estados? Parece mais provável que a explicação esteja no aumento da alíquota do IPVA.
A alíquota foi aumentada por lei em dezembro de 2014, justo quando o estado completou mais um ciclo de crescimento de 30 mil carros na capital. Passou de 2,5% para 3,5%, aumento de 40%. Entrou em vigência em abril, quando a frota chegou ao pico.
Isso não quer dizer que carros daqui passaram a ser emplacados em outro lugar. O mais provável é que o contrário tenha ocorrido. Gente que emplacava o carro aqui porque o IPVA era menor do que em outros estados deixou de fazer isso.
Era comum que locadoras de carros de outros estados viessem ao Paraná, por exemplo. O mesmo ocorria com quem tinha carros caros. Difícil saber, no entanto, se a tendência se manterá nos próximos anos.
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