Um relatório periódico lançado pelo CNJ mostra a gravidade da situação das cadeias Brasil afora. De acordo com a pesquisa Geopresídios, apenas 24 das 2.771 unidades de detenção do país têm estado “excelente”. Isso significa que mais de 99% das cadeias e presídios não chegam à excelência.
Fosse só isso, não seria nada. O problema é saber que a barra usada para medir a situação dos presídios é muito baixa. Para se ter uma ideia, a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos de Curitiba, que tem 70 pessoas presas em um lugar projetado para quatro, é considerada como “regular’. Imagine-se como são as ruins.
Segundo a pesquisa, o Brasil tem hoje 399.409 onde vivem 650 mil pessoas presas. Só no Paraná existe um déficit de mais de 5 mil vagas. Na região Sul do país, 35,4% presídios são considerados péssimos: é a segunda pior avaliação do país. O Sul fica atrás apenas da região Norte, com 37,1% de péssimo.
Custo
O valor médio por mês de um preso para os cofres públicos, segundo a pesquisa do CNJ é de R$ 2,4 mil. No Paraná o esse valor é R$ 2,9 mil. O tempo que os inquéritos e processos levam para serem analisados e julgados também pesam na conta, já que os presos provisórios também custam ao Estado. Na sétima pior colocação neste quesito, 54,12% dos presos do Paraná estão presos sem julgamento.
O pior custo da situação, porém, é o fato de que, nas circunstâncias em que são mantidos pelo Estado, os presos não apenas tendem a ficar sem a chance de ressocialização. Ao invés de se “regenerarem”, eles acabam arrastados para ambientes animalizadores que deterioram ainda mais o comportamento do indivíduo.
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