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Plano econômico de Bolsonaro tira dos pobres para dar aos mais ricos

Não é à toa que as classes mais abastadas estão entrando na campanha de Jair Bolsonaro (PSL) com mais força do que qualquer outra faixa de renda. A proposta do economista liberal Paulo Guedes, guru do candidato da extrema direita, beneficia de maneira escandalosa os mais ricos, ao mesmo tempo que prejudica os mais pobres.

Nesta semana, veio a público a informação de que Paulo Guedes prevê a unificação da alíquota de Imposto de Renda. Basicamente, isso significa o seguinte: tanto o sujeito que recebe dois salários mínimos quanto o dono do Itaú passariam a pagar a mesma porcentagem de imposto.

Hoje, a tabela do Imposto de Renda no Brasil já é cruel com quem tem salários mais baixos. Com menos de R$ 2 mil mensais, o sujeito já começa a pagar. Mas pelo menos (que triste consolo) a taxa é um pouco mais baixa, começando em 7,5%.

Há poucas gradações no nosso imposto. Hoje, a classe média já é tributada na mesma porcentagem que gente como Silvio Santos e os donos da Globo. Um trabalhador com salário de R$ 5 mil recebe a mesma facada que um ministro do Supremo Tribunal Federal.

Com a tributação proposta pelo guru de Bolsonaro, a coisa só piora. Isso tira dinheiro dos mais pobres (que passam de 7,5% para 20%) e alivia para os mais ricos (que passam dos atuais 27,5% para 20%). Exatamente o oposto de que o Brasil precisa para reduzir as desigualdades.

Isso é ruim até para a economia do país como um todo. Suponha um trabalhador que passe a pagar R$ 200 a mais por mês com essa política. Esse dinheiro faz uma falta tremenda para a família e deixa de circular no bairro, nas lojas, na economia local.

Já o dinheiro que um milionário poupará (e 7,5% sobre uma renda milionária ou bilionária é muita coisa) tem grande chance de ficar parado no banco ou mesmo de ser levado para o exterior.

Paulo Guedes também falou em recriar a CPMF (outro imposto que cobra preço alto do trabalhador) e em acabar com a contribuição patronal para a Previdência – um escândalo num momento em que se discute que o trabalhador terá de pagar mais e por mais tempo para se aposentar.

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