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Polêmico, pastor que renunciou à Câmara é aposta de Edir Macedo em Curitiba
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O vereador Valdemir Soares, do PRB, que anunciou sua renúncia nesta terça-feira, já acumulava várias polêmicas antes do vídeo que o mostrou votando pela vereadora Julieta Reis (DEM) na Câmara. Desde a eleição para a presidência, em que foi derrotado, pouco mais de um ano atrás, envolveu-se em uma série de disputas com os colegas.

Aposta da Igreja Universal, de Edir Macedo, para Curitiba, Valdemir sempre teve boas votações. Está no quarto mandato e sempre se elegeu fácil, mesmo por um partido pequeno, como o PRB. Beneficia-se da estratégia da Universal, de ter apenas um candidato forte por praça. E tem toda uma atuação de combate às drogas, com eventos que reúnem milhares de pessoas em vários pontos da cidade.

Como pastor, comanda cultos em uma igreja pequena no Sítio Cercado duas vezes por semana. Na Catedral da Fé, no Centro, auxilia o bispo. Era visto como possível candidato a prefeito (e não se recusa a falar disso, pelo contrário) e, no mínimo, como sucessor de Pastor Oliveira na vaga de candidato a deputado federal.

Em 2014, decidiu fazer uma chapa para disputar a presidência da Câmara, ao lado de Zé Maria e de Chico do Uberaba, entre outros vereadores. Chegou-se a especular que o grupo teria ligações com o ex-presidente João Claudio Derosso, mas ambas as partes negaram a proximidade. A eleição, contra o grupo do atual presidente, Aílton Araújo (PSC), foi tensa.

Às vésperas da eleição, ninguém sabia quem teria o maior bloco, responsável por indicar o candidato a presidente. A disputa era pela vereadora Noêmia Rocha, do PMDB, que poderia mudar a balança. No gabinete dela, Valdemir foi acusado de rasgar a folha com as assinaturas da chapa adversária, para impedir que ela fosse registrada. Ele nega que tenha feito isso, embora todas as testemunhas confirmem.

Na eleição, também comprou briga com o prefeito Gustavo Fruet (PDT) ao segurar o projeto que aumentava o valor do IPTU na cidade. Fruet acusou-o de estar tentando fazer chantagem, prejudicando a prefeitura para facilitar sua disputa na Câmara. “Deus tá vendo”, disse o prefeito. Novamente, Valdemir negou que fosse essa sua intenção.

O vereador também se envolveu numa longa estratégia de protelação das votações do orçamento no ano passado. Ao lado de Chico do Uberaba, implantou uma “operação tartaruga” que impossibilitava a votação rápida das emendas, usando todo o tempo regimental para discursar, e arrastando o processo por dias.

Agora, com a renúncia, fica livre do processo de cassação e pode tentar voltar à Câmara em outubro, recorrendo a seu fiel eleitorado.

Veja: Em vídeo, pastor anuncia renúncia.

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