Responsável pelo acompanhamento de crimes cometidos por policiais e por um levantamento anual de mortes em confrontos com a polícia, o procurador Leonir Batisti, do Gaeco, publicou um artigo nesta semana afirmando que o estresse da atividade policial não pode servir de pretexto para violência desnecessária.
O texto foi uma resposta ao balanço divulgado pelo Gaeco, que revelou um aumento no número de mortes em confrontos no Paraná em 2017. Foram registrados 275 casos em que agentes das forças de segurança pública entraram em confronto com civis que acabaram morrendo.
“Antes de mais nada, parece bastante óbvio que o resultado é motivado pela sociedade violenta em que estamos todos inseridos. Policiais são chamados a atender assaltos em que criminosos estão armados (e até excluo aquelas situações mais extremas) e acabam sendo impelidos à ação ou reação que determina resultados fatais indicados nos levantamentos”, afirma o procurador
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“Naturalmente há situações em que a ação policial foge do padrão, como no caso em que a avaliação da realidade por parte do policial é equivocada (e, em outros estados, temos visto alguns exemplos com resultados funestos). Há ainda uma terceira situação (ao que consta, felizmente, em número bem modesto), em que a ação policial decorre de vingança individual ou de motivos não legítimos”, prossegue Batisti.
Em seu texto, Batisti faz questão de deixar claro que a ideia de acompanhar os casos de mortes em confronto não é uma “perseguição”, à polícia.
“O Ministério Público tem compreensão da complexidade de cada ação policial, que no mais das vezes ocorre sob intenso estresse. Mas é igualmente óbvio que essa condição não pode justificar tudo, até porque nossas corporações policiais são constituídas de profissionais, e notadamente a Polícia Militar se esmera em treinar seus integrantes continuamente”, diz.
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