Rafael Greca conseguiu marcar seu primeiro gol na gestão do transporte coletivo de Curitiba. Fez um acordo com os magnatas do sistema em que eles levaram tudo o que quiseram: como compensação, terão três anos para trocar parte das latas-velhas que oferecem por R$ 4,25 à população.
Para Greca, tudo saiu bem. O prefeito já está desde o anúncio do acordo contando vantagem. Desatou o nó do sistema. Não deixa de ser verdade: a cidade, que hoje, segundo o grande repórter João Frey descobriu, tem 529 ônibus com vida útil vencida, verá aos poucos pingarem carros novos.
Depois de passar a campanha toda dizendo que Gustavo Fruet não fazia nada, Greca fará o discurso anti-inércia: em menos de um ano, chegou a um acordo (depois de ter jogado aos leões seu primeiro presidente da Urbs, Andreguetto). Mas a pergunta é: a que preço?
Plano de benefícios
As empresas conseguiram um pacote bastante razoável. A prefeitura terá de rever o número de passageiros previstos por mês (que realmente estava sendo frustrado mensalmente). A Urbs desistirá de tentar reduzir a tarifa técnica, que agora está em R$ 4,06, preparando um aumento significativo para o passageiro em 2018.
Além disso, e talvez mais importante, pela primeira vez na história as empresas vão conseguir botar as mãos na chave do cofre. Assinarão um contrato de cogestão da bilhetagem, ainda não se sabe bem em quais termos. Ou seja, assim como acontece na metropolitana, a empresa terá dupla função e será responsável pelo sistema que a remunera. Coisa fina.
Leia mais: De modelo a desfasado, o declínio do sistema de transporte de Curitiba
A gestão de Fruet pecou pela inércia. O prefeito jurava que estava jogando duro com as permissionárias (e parecia de fato acreditar nisso), mas só o que conseguiu com a suspensão da compra de ônibus novos foi deixar as latas-velhas rodando mais tempo. Um arranhão para as empresas que a nova gestão já tratou de tratar com mercúrio-cromo, band-aid e uma sopradinha que é pra não arder.
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