Rafael Greca sentou na cadeira de prefeito em janeiro. Em junho, ainda não começou a governar. E ele próprio admite que há o risco de não fazer muita coisa pelos próximos tempos.
“Estou virando um Fruet sem querer sê-lo”, disse em entrevista à rádio BandNews FM nesta terça, depois de ver frustrada outra vez sua tentativa de aprovar o plano de ajuste fiscal.
Greca perde o cargo mas não perde a piada. Ainda mais se o alvo for Fruet. Tenta o tempo todo marcar o desafeto como alguém que não fez nem nunca faz nada. Mas admite que está ele próprio perigosamente perto de se tornar a próxima piada – de se tornar outro governante ineficiente.
Neste mundo em que Michel Temer chegou à Presidência do Brasil, é difícil dizer que algo seja impossível. Pode ser que de fato Greca achasse que voltaria à prefeitura com dinheiro sobrando para fazer mais uma dezena de Faróis do Saber.
Na campanha, ele parecia seguro de si como alguém que nunca fez outra coisa da vida. “Se está difícil pra cvocê, Gustavo Fruet, deixa que eu faço.” Pois é. Até agora, não fez.
Tirar sarro do antecessor que admitia não ter dinheiro era fácil. Arranjar dinheiro para fazer algo diferente é bem mais complicado. E uma hora velha piada vai perdendo a graça.
Vai perdendo a graça porque a população continua sem remédios nos postos de saúde. Continua andando nos ônibus velhos que ainda não foram trocados. Continua vendo os buracos nas ruas, os mendigos nas praças e as escolas na mesma situação de sempre.
A piada perde principalmente a graça quando o prefeito decide que tem o direito de mudar de discurso radicalmente, fazer o mesmo que dizia ser iniquidade e atropelar a população a golpes de cassetete para fazer algo que dizia não ser necessário.
Rafael Greca assumiu cheio de prosa. Cantava como um passarinho que volta ao ninho. Agora só se ouvem seus lamentos. Terá ele virado um novo Fruet?
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