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Ratinho adere a reajuste do funcionalismo; líder de Cida fala em “hipocrisia”

Pedro Lupion. Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo. (Foto: )

A discussão sobre o possível reajuste ao funcionalismo público paranaense é o motivo da mais nova disputa entre os grupos de Cida Borghetti e Ratinho Júnior. Faltando cinco meses para a eleição, os dois lados, que até recentemente se opunham à reposição da inflação, querem ficar de bem com o eleitor.

Nesta terça-feira, depois de uma reunião entre governo e sindicatos, soube-se que o governo cogita pagar 2,76% de reposição, índice equivalente à inflação dos últimos 12 meses. O restante (8,53% acumulados na gestão Beto Richa) ficaria para o ano que vem.

Imediatamente, e na presença de servidores que aproveitaram o dia para fazer protestos no Centro Cívico, os dois partidos mais ligados a Ratinho aderiram à ideia da reposição. O próprio Ratinho fez questão de se manifestar dizendo que PSD e PSC vão “fechar questão” sobre o assunto – coisa que dificilmente fazem.

“Os servidores do Paraná já fizeram um sacrifício, nos últimos dois anos. E, neste momento, é necessário ser revisto e discutido com os servidores. De alguma maneira, temos que amenizar essa perda”, disse o deputado.

Leia mais: Partidos de Ratinho a um passo da oposição a Cida

A adesão gerou uma reação do líder de Cida Borghetti na Assembleia, Pedro Lupion. Disse que a bancada de Ratinho foi favorável à contenção dos reajustes no governo Beto Richa, que acabou há apenas um mês e meio. E chegou a chamar o novo posicionamento de “hipocrisia”, conforme anotou Ivan Santos, do Bem Paraná.

“Não consigo entender que por causa da proximidade da eleição a gente esqueça o passado. Não tem a mínima condição de aceitar uma hipocrisia como essa”, disse Lupion.

Numa discussão no ano passado, quando se decidiu pelo congelamento do teto de gastos do estado, que praticamente acarretava o congelamento de salários, Ratinho decidiu se abster da votação. Mais tarde, disse que não votou para “evitar polêmica”.

“Se eu fosse votar a favor do governo, iam dizer que eu estava contra o servidor. Se eu votasse a favor do servidor, iam dizer que eu estava contra o governo. E votar contra o governo naquele momento era impedir que o Paraná fizesse empréstimos, fizesse novos investimentos”, disse Ratinho.

“Como era uma pauta que já estava decidida, decidi me abster. Não mudou nada a decisão”, disse o deputado.

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