Os mais próximos a Roberto Requião dizem que o grande problema para o fechamento de uma coligação com Osmar Dias não é nenhum dos dois candidatos – eles se entendem. O problema seriam algumas pessoas próximas a Osmar que estariam minando a aliança.
Os requianistas, quando falam abertamente, admitem que acham a aliança o melhor para ambas as partes. Dizem que fizeram o possível para convencer Osmar Dias d que esse é o melhor caminho para enfrentar Ratinho e Cida. Mas parecem cansados da renitência dos pedetistas.
“A gente conversa, negocia, telefona, manda mensagem. As coisas vão bem. Aí alguém vai lá cornetar no ouvido do Osmar e volta tudo para a estaca zero”, diz um dos emedebistas cansados de guerra. “E o Osmar, apesar de ser um sujeito inteligentíssimo, tem um problema: ele engravida pela orelha. Se o sujeito fala algo, ele fica cabreiro e repensa tudo de novo.”
Os aliados de equião dizem ter “uma ideia” de quem são os pedetistas que estariam boicotando a aliança. E afirmam ter certeza de que não é o próprio Osmar o problema. As duas origens da questão estariam em uma antiga mágoa e um candidato do interior que não gostaria de estar na mesma chapa dos peemedebistas (por motis meramente eleitorais).
Até agora, apesar do alegado cansaço, Requião não teria desistido da chapa. “Não, a gente não vai com Cida. Não, a gente não vai com o Ratinho”, diz um deputado ligado ao senador. “Mas o que a gente quer é que eles digam de uma vez se vão com a gente ou não vão. Porque a gente tem opções: lançar o Requião solo, ou até sair para o governo. Mas precisa de uma definição”, afirma.
Do lado de Osmar, os aliados admitem que há gente trabalhando contra a aliança. Acreditam que o voto que seria tradicionalmente de Requião já vai migrar naturalmente para Osmar. E que a coligação só aumentaria a rejeição. Mas dizem que nada fica definitivo antes das convenções.