O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas pediu que o conselheiro Durval Amaral se declare impedido de relatar as contas do governador Beto Richa (PSDB). Durval foi designado para a função, no sistema de rodízio que o TC realiza a cada ano. Mas os procuradores lembram que Durval e Richa são muito próximos, o que impediria a isenção do conselheiro.
As provas da proximidade dos dois são muitas.
1- Ambos fizeram campanhas juntos em 2010, por exemplo, quando Richa era candidato ao governo e Durval a deputado estadual.
2- Ao vencer a eleição, Richa nomeou Durval como seu secretário da Casa Civil – o posto mais importante do governo do estado.
3- Toda a base de Richa votou em Durval Amaral para conselheiro do TC. Embora o governo não possa “patrocinar” candidatos, todos sabem que Richa via a eleição com bons olhos.
4- Depois da eleição de Durval, Richa passou a fazer campanha ao lado do filho do ex-deputado, Tiago Amaral, eleito deputado estadual em 2014. O novo deputado também está na base de Richa na Assembleia.
O vídeo acima mostra como foi a campanha de Durval para deputado em 2010. Entre outras declarações, no palanque, ao lado de Durval, Richa disse o seguinte:
“Um homem de compromisso, um homem que não abre mão de seus companheiros, que só construiu amizades e respeito.”
“Eu falo do Durval de peito aberto, porque eu sempre caminhei ao seu lado”
“Eleito do governador eu mais do que todo mundo vou precisar do Durval Amaral para garantir a governabilidade na Assembleia”
Já Durval agradece dizendo o seguinte:
“Muito obrigado aos novos companheiros que vão levar o Beto Richa para que ele seja o nosso governador do Paraná em cada uma das suas cidades.
Lembrando que o Código de Processo Penal, que baseia a ação dos conselheiros, diz que deve se dar por suspeito o juiz que for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes envolvidas.
Aliás, o próprio Richa chegou a dizer, em 2009, quando ainda era prefeito de Curitiba, segundo registrou um jornal de Cambé, que Durval para ele é como um “amigo” e “irmão.
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