O PT já não acredita que Requião seja candidato ao governo. E também não acredita que Requião vá fazer uma aliança à esquerda: o caminho do emedebista seria mesmo fechar com Osmar Dias, caso ele tope.
Por isso, Dr. Rosinha já se considera candidato ao governo. E candidato numa situação pra lá de complicada: o único partido que poderia fazer coalizão é o PCdoB, que viu agravado seu processo de miniaturização nos últimos tempos.
Rosinha fala em ter como candidatos ao Senado um ex-deputado estadual que não se reelegeu, um vereador do interior ou Mírian Gonçalves, a ex-vice de Fruet. Mas mesmo assim se diz otimista, o que demonstra um caráter quase panglossiano do candidato.
Não se pode dizer que a situação seja o fim do PT no Paraná – a trajetória do partido por aqui sempre foi cambaleante, apesar de um ou outro pico eleitoral. Mas é inegavelmente um momento difícil, em que Rosinha, embora não admita, vai pôr seu bom nome em jogo em nome de um projeto em que ainda acredita.
O que, ressalte-se, é um tapa de pelica na cara dos petistas que até ontem estavam por cima da carne seca na província. Em 2014, Rosinha quis ser candidato ao Senado. Foi esnobado, trocado por Ricardo Gomide, um sujeito sem 10% da história de Rosinha e com 1% de sua lealdade.
Agora, o PT tem de recorrer implorando a quem restou de fora da Lava Jato. “Você pode nos salvar, Rosinha. Você vai nos redimir.” E Rosinha foi.