O juiz Sergio Moro, responsável pelo julgamento da maior parte dos processos da Lava Jato em primeira instância, não estaria propenso a aceitar um convite para ser ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PSL). No entanto, aceitaria de bom grado uma indicação para ser ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
A opinião é de uma pessoa próxima a Moro. “Governo, não. Mas STF aceita na hora”, diz o interlocutor. Segundo ele, Moro ainda não se pronunciou sobre o tema nem com os mais próximos. e portanto não há uma posição oficial do juiz, apenas avaliações a partir do seu perfil.
Moro foi mencionado por Bolsonaro nos jornais televisivos desta segunda como possível ocupante dos dois cargos. O presidente eleito disse que o chamaria ou para ser ministro da Justiça ou para uma vaga no STF. Aparentemente, Moro ainda não foi convidado formalmente.
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Para ser ministro do governo, o juiz teria de renunciar a seu posto, depois de duas décadas de carreira. E não teria qualquer garantia de permanecer no governo por muito tempo. Além disso, a entrada na política poderia macular seu trabalho como juiz, dando mais munição para quem diz que suas decisões foram partidárias.
Já para ir ao STF, Moro tem mais garantias. O cargo é vitalício e ele só precisaria sair de sua vaga na Justiça Federal depois de aprovado nas sabatinas do Senado.
No entanto, caso nada diferente ocorra, a próxima vaga do STF só deve abrir em três anos, quando o decano, Celso de Mello, chega à aposentadoria compulsória. Além disso, a nomeação de um juiz de primeira instância de pouco mais de quarenta anos seria inédita.