Uma proposta feita pelo deputado federal Sergio Souza enfureceu duas das mais importantes universidades paranaenses. Tanto a UFPR quanto a Unila emitiram notas criticando a postura do parlamentar e pedindo que a proposta dele seja rejeitada.
Souza apresentou uma emenda a uma Medida Provisória em que a Unila e dois campi da UFPR no interior seriam “empacotados” para formar uma “nova” universidade, a Universidade Federal do Oeste do Paraná.
É o famoso “contrabando”, quando o deputado aproveita uma MP para enfiar nela um tema que não tem nenhuma relação com o que está sendo discutido.
Por se tratar de MP, o processo de aprovação é muito menos democrático do que quando se trata de um projeto de lei normal. Medidas Provisórias, afinal, em teoria só deveriam ser usadas para assuntos de urgência. O que, óbvio, não é o caso da proposta de Sergio Souza.
A nota da Unila, mais curta, diz apenas que “a equipe da Reitoria posiciona-se enfaticamente pela supressão da referida Emenda Aditiva e está tomando as providências necessárias para garantir a manutenção da lei de criação da UNILA em sua integridade e em defesa de sua identidade”.
Já o texto da UFPR desanca o deputado de vários modos diferentes. Chama o projeto de tecnocrático, autocrático e diz que se trata de proposta que não apenas não traz nenhuma melhora para o ensino como ainda mutila a universidade.
“O modo como é feita a proposta – por meio de emenda aditiva à medida provisória (ou seja, sem que tenha sequer sofrido o crivo prévio do debate parlamentar), que originalmente trata de tema alheio à criação ou modificação de universidades – e, sobretudo, sem qualquer diálogo com a própria UFPR, demonstra laivos tecnocráticos e autocráticos, que são completamente alheios à natureza de nossa comunidade universitária – baseada no diálogo, no debate e na participação democrática”, diz o texto.
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