Colaboração do repórter Chico Marés:
Em sua rápida visita ao PMDB de Curitiba, o vice-presidente da República, Michel Temer, foi recepcionado com uma faixa no mínimo curiosa. Na janela frontal da sede da legenda, na avenida Vicente Machado, estava pendurado um banner com uma imagem de um tucano sob o sinal de proibido e os dizeres “aqui não, bicudinho, aqui é PMDB”.
A provocação não é apenas ao PSDB, mas a deputados peemedebistas que apoiam o governador tucano Beto Richa – desafeto ferrenho do atual presidente do PMDB paranaense, Roberto Requião. Entre eles, está o próprio líder do governo na Assembleia, Luiz Claudio Romanelli. As duas alas do PMDB disputam o comando do partido desde o início do governo Richa – na última convenção, os “tucanos” desistiram de lançar candidatura aos 45 do segundo tempo.
Não é a primeira vez que Requião e seus correligionários provocam os “richistas”. Uma cena marcante ocorreu na convenção que sacramentou a candidatura do senador para o governo do estado, em 2014. Um homem fantasiado de tucano apareceu no Clube Urca com sacos falsos de dinheiro, dizendo que tinha vindo comprar deputados.
Apesar de nada ter a ver com Temer, trata-se de um indicativo que a “pacificação” do país, que ele tanto diz buscar, pode ser mais difícil na teoria do que na prática. Nos bastidores, especula-se que o vice-presidente já teria iniciado conversas com os tucanos para a formação de um eventual governo-tampão até as próximas eleições presidenciais, caso haja impeachment ou renúncia de Dilma Rousseff – o que ele próprio nega veementemente.
A faixa é um indicativo de que setores da militância PMDB não estão muito dispostos a se aliar com ex-adversários para garantir governabilidade. Além disso, o que é ainda pior para Temer, os próprios peemedebistas têm dificuldades de integrar o partido como um todo dentro de sua caravana pela unidade.
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