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Um ano depois, governo Richa não conseguiu mostrar “violência” dos manifestantes
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Um ano depois do massacra do Centro Cívico, o governo do Paraná não conseguiu apresentar quaisquer provas convincentes de que tenha havido black blocs ou outros grupos violentos por trás da manifestação de 29 de abril, em frente à Assembleia Legislativa.

Esse sempre foi o pretexto do governo: a força foi necessária, e não desnecessária, porque do outro lado não estavam apenas professores, e sim pessoas perigosas, profissionais da arruaça. Já no dia 29, Beto Richa (PSDB) deu entrevista, logo após o confronto, defendendo esse ponto de vista: foi tudo uma armação contra ele.

Nos 365 dias que se sucederam, o governo manteve a versão. De início, disse ter arranjado provas. As primeiras foram evidentemente falsificações: caso do carrinho de bebê que teria servido para esconder  bombas (e que continha pamonhas) e do “soldado groselha”, um policial que postou foto supostamente sujo de sangue, mas que era evidentemente uma fraude.

Nenhum policial ferido apareceu em público. Os instrumentos mostrados como se fossem para fabricar coquetéis molotov não eram suficientes para assustar ninguém (vinagre?; garrafas de vidro?). Depois vieram as pedras, paus e bombas apreendidos e fotografados pela polícia. Mas nunca a polícia conseguiu dizer de quem tinha tirado aquilo, a quem pertenciam conforme mostrou a OAB.

O delegado Francischini, responsável pela Secretaria de Segurança à época, chegou a dizer recentemente que liberaria vídeos inéditos que mostram “ondas” de ataque dos manifestantes às quais a polícia reagiu. Nesta sexta, completa-se um ano sem que essas imagens jamais tenham vindo a público.

Tudo indica que provas não há, até porque não teria como haver. A manifestação contra o projeto foi legítima e mesmo que os manifestantes tenham forçado a entrada – como de fato ocorreu – a reação da Polícia Militar foi totalmente desproporcional e violenta. Não é qualquer um que consegue deixar 213 feridos numa manifestação. O governo do estado conseguiu.

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