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Violência contra mulher, racismo, homofobia: a Câmara que representa Curitiba

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Dizem que o Legislativo, em certo sentido, é o espelho da população que o elege. Não funciona em todos os aspectos, claro – caso funcionasse, teríamos 50% de mulheres em cada plenário, teríamos mais negros, menos empresários etc.

Mas se for verdade que a Câmara representa o pensamento médio de Curitiba, a atual legislatura seria um bom momento para pensar sobre quem somos e sobre o perfil do nosso eleitorado.

Nos últimos quatro anos, a Câmara de Curitiba chamou a atenção por denúncias de racismo, homofobia, intolerância religiosa e, agora, até por uma cena de machismo que culminou com um vereador sendo detido depois de agredir uma colega.

Agora, à beira da votação para escolha da nova Câmara, vale repensar esses casos.

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Homofobia

A bancada religiosa da Câmara protagonizou um caso célebre de homofobia na atual legislatura. A prefeitura de Curitiba fez um post no Facebook comemorando a possibilidade de casais de mesmo sexo se casarem numa cerimônia coletiva que seria realizada na cidade.

Os vereadores evangélicos forçaram a prefeitura a voltar atrás – o caso só não foi adiante porque os servidores da Comunicação se impuseram e recolocaram no ar a campanha. Isso aumentou a cisão entre a prefeitura e parte dos evangélicos.

Os vereadores também se negam a dar um título de utilidade pública para a ONG Dignidade, que trabalha pelos direitos da comunidade gay em todo o Brasil e que tem reconhecimento nacional.

Racismo

O vereador Zé Maria foi acusado formalmente pelo colega Mestre Pop de racismo depois de contar uma piada de mau gosto sobre negros dentro da Câmara Municipal. Mestre Pop, único vereador negro da cidade, foi à delegacia registrar queixa e entrou com representação contra o colega.

Zé Maria nega que tenha sido racista e diz que se tratou apenas de uma brincadeira ofensiva. A piada? Ele disse que os negros entravam em igrejas evangélicas só para poder chamar os brancos de irmãos.

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Violência contra a mulher

O vereador Professor Galdino foi detido pela Guarda Municipal depois de agredir a vereadora Carla Pimentel em uma sala anexa ao plenário da Câmara. Cinco pessoas testemunharam a agressão e chegaram a falar inclusive em assédio sexual. O vereador nega.

Galdino já tinha sido acusado de assédio sexual anteriormente, mas foi inocentado pelos colegas em julgamento no Conselho de Ética. Foi expulso do PV mas acolhido no PSDB.

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Intolerância religiosa

Outro título de utilidade pública que causou polêmica na Câmara foi o do Centro Espírita Tribo do Caboclo Pena. A vereadora Carla Pimentel se recusou a votar dizendo que se tratava de macumba. Depois de um escândalo na imprensa, o projeto foi votado, mas Carla se negou a dar seu voto.

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Fraude

O ex-vereador Pastor Valdemir foi pego votando por uma colega que não estava no plenário. As câmeras registraram o vereador apertando o botão de voto de Julieta Reis, que denunciou o caso. Valdemir renunciou ao mandato negando a fraude.

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