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Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
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Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

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O encontro secreto entre o presidente interino Michel Temer e o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, confirmado pela assessoria da Presidência da República e negado pelo deputado, recebeu críticas de vários setores da sociedade. Líderes políticos, jornalistas e representantes de entidades da sociedade foram unânimes em afirmar que a reunião sigilosa afeta a regra de transparência exigida por pessoas com cargo público, principalmente o presidente do país.

O encontro ocorreu no último domingo à noite, no Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer.

A reunião, fora da agenda oficial do presidente, com um deputado afastado do cargo pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sob acusação de tentar interferir em investigações da Lava Jato mina ainda mais a confiabilidade no governo interino.

Um dos críticos do encontro, o jornalista Ricardo Boechat, da Band News, disse que a população tem direito de saber o motivo da reunião e os detalhes do que foi tratado. “Por que esse encontro se deu fora da agenda oficial, clandestinamente, num domingo à noite, em sua residência oficial, com uma figura que está envolvido em crimes?”, perguntou Boechat.

Deputados do PSOL entraram com um requerimento de informação questionando o governo sobre o encontro. O requerimento deve ser respondido em até trinta dias – prorrogáveis por mais trinta –, sob pena de crime de responsabilidade.

O deputado Chico Alencar, junto com Ivan Valente e Glauber Braga, fez cinco perguntas no requerimento, que devem ser respondidas pelo governo. Ele quer saber se de fato houve a reunião, já que há versões conflitantes entre as duas partes; se o encontro estava na agenda oficial de Temer – o que já sabem que não estava e, em não constando na agenda, questionam por que motivo a reunião teve “caráter sigiloso”; perguntam o que foi tratado na reunião; questionam, ainda, se Temer está ciente de que Cunha está afastado do mandato de deputado e é réu no Supremo Tribunal Federal; e, por fim, se o presidente interino está ciente de que Cunha teve o pedido de cassação aprovado pelo Conselho de Ética da Câmara.

O ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro (PT) avaliou que o sistema político chegou ao “último grau de desmoralização” após o encontro entre Temer e Cunha. “Se Temer realmente recebeu Cunha no Palácio chegamos ao último grau de desmoralização da República e o Ciro (Gomes) tem razão em dizer o que diz”, escreveu Tarso pelo Twitter.

A assessoria do Planalto informou que o objetivo da reunião foi avaliar o atual cenário político.

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