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Tony Montana: 30 anos depois, ainda furioso (e boca-suja)

Aqui em casa, no quarto da bagunça – onde ficam os DVDs, as guitarras e as roupas pra passar – repousam dois quadros pendurados na parede, ilustrados com imagens de personagens clássicos do cinema. Um deles traz a icônica figura de Marlon Brando transformado em Don Corleone, alisando seu gato no colo. O outro é preenchido com caras e bocas daquele que, provavelmente, é o protagonista mais desbocado, sanguinário e esquentadinho da sétima arte: Tony Montana.

A lista de personagens marcantes vividos por Al Pacino – desde o militar cego de Perfume de Mulher (Scent of a Woman, 1992) até o assaltante Sonny em Um Dia de Cão (Dog Day Afternoon, 1975) – é extensa, mas é difícil não colocar no topo a figura do refugiado cubano que, em Miami, sobe na vida e transforma-se em um chefão das drogas, na refilmagem do clássico de gângsteres Scarface (1983), dirigida por Brian De Palma com roteiro de Oliver Stone.

Divulgação.
Pense duas vezes antes de convidar este cara para uma festa…

Tony Montana é um caminhão de excessos: ultrajante, histriônico, sanguinolento, obsessivo. Ao contrário de Michael Corleone, que sofre uma lenta e profunda transformação ao longo da trilogia O Poderoso Chefão, conduzido por um ambiente sórdido que o engole, Montana já assume, desde os primeiros momentos em que surge na tela, sua ambição em sair do gueto de imigrantes e alçar a glória – traduzida aqui em muito dinheiro, mulheres, pó e armas. Em um dos diálogos com seu parceiro e capanga Manny, vivido por Steven Bauer, Tony é claro: “I want what’s coming to me. The world, chico, and everything in it”. É isso. O mundo e nada menos.

O gângster interpretado por Pacino é um herói às avessas. Acompanhamos nas 2 horas e 40 min de filme a odisseia de um homem que, em meio à sua ascensão e queda, deixa um rastro de inimigos e destruição, só para acabar derrotado depois por si mesmo. Talvez por isso Tony seja tão adorado por alguns cinéfilos (como eu): sua intempestividade, ao mesmo tempo que é sua maior arma, também é sua maior fraqueza.

Divulgação.
Tony, um sujeito que venceu na vida… deixando alguns corpos pelo caminho.

Alçado por seu protagonista, o Scarface de Brian De Palma completa este ano três décadas, sem perder a força e o impacto de quando foi lançado, em dezembro de 1983. É um daqueles típicos filmes que acabam subjugados pelos próprios personagens. O roteiro repleto de excessos e um tanto quanto datado – até por realçar a descolada cena noturna, a moda e música da década de 1970 – fica em segundo plano frente à atuação de Pacino e os bordões impagáveis de Tony Montana. “I always tell the truth. Even when I lie”, diz. Claro, não podemos esquecer do clássico “Say hello to my little friend!”.

Pra relembrar, seguem alguns momentos impagáveis do filme, onde Tony xinga, exibe seus dotes de dançarino e sai correndo por aí com uma motosserra. Não preciso dizer para tirar as crianças da sala, certo?.

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Quais suas cenas preferidas de Scarface? Para você, quais as outras grandes atuações de Al Pacino no cinema? Comente aqui no blog!

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