Faltam 107 dias para o fim de 2017 e, talvez, já seja a hora de fazer um balanço sobre a “tal crise” que assombra o mercado dos concursos públicos neste ano. É tanta notícia ruim que, quando as informações são otimistas, os concurseiros ficam em alerta, afinal, muito do que é veiculado neste mercado está ligado à venda de materiais ou notícias falsas para atrair acesso a websites.
Deixando de lado a parte ruim do mercado dos concursos, chega um determinado momento em que temos que separar o joio do trigo e decidir se queremos ou não ingressar em um cargo público. Concurso público não é loteria, depende de planejamento e estudo. Eu não conheço ninguém que tenha ganhado na Mega Sena, mas conheço centenas de aprovados que tomaram posse.
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Para espantar os maus espíritos, elenquei algumas informações importantes para fechar 2017 aprovado ou, então, mais focado nos estudos. Eu sei, é um baita texto, mas poderá ser muito útil.
1 – Filtre, filtre e filtre as informações que você consome na internet!
Há muita informação útil na internet para quem está se preparando, mas também tem muito lixo radioativo – e eu sei que é complicado não se contaminar. Estou em contato com grupos e fóruns e o que mais se lê são desabafos ligados à política do país – assunto que, tecnicamente, não tem relação nenhuma com o mercado dos concursos -, além de reclamações sobre fraudes. A verdade é que, na maioria das vezes, os comentários negativos são desabafos de pessoas que se frustraram na preparação ou no resultado de algum concurso.
Em outros casos, é informação distorcida, como a menção de que em 2018 é ano eleitoral e por isso não teremos concursos. Gargalhadas à parte, essa questão do ano eleitoral deixarei para outro post. Pois bem, é natural, nem todos serão aprovados e muitos ficarão pelo meio do caminho. Mas a escolha é sua: gastar tempo falando sobre a corrupção no governo brasileiro ou estudar e conquistar uma das vagas destinadas aos que se preparam?
2 – Entenda: os orçamentos do governo são separados!
Infelizmente muitos não sabem que a União, cada estado, cada município e o Distrito Federal são pessoas jurídicas distintas e com autonomia financeira. A crise de um não atinge o outro. E mesmo dentro de cada uma destas pessoas jurídicas, os órgãos são pertencentes a um dos três poderes e, por sua vez, também existe independência financeira entre eles.
O presidente Michel Temer tem poder para definir os rumos apenas dos concursos nos órgãos do Poder Executivo Federal e das entidades da administração indireta da União, mas não tem comando para decidir sobre concursos dos órgãos do poder Legislativo e Judiciário da União.
O mais assustador é que a autonomia de poderes deveria ser conhecida por quem estuda para concursos, já que é texto da Constituição Federal e, para muitos, é conteúdo de estudo obrigatório. Sinto como se muitos candidatos soubessem dessa autonomia na teoria, mas esquecessem da informação ao se deixar contaminar com as notícias de medidas governamentais. Assim, mesmo que houvesse decisão de suspensão de concursos ou nomeações, seria preciso saber a qual entidade do governo ela se refere (União, estado, município ou Distrito Federal) e, também, a qual dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).
Isso sem contar as pessoas jurídicas da administração indireta (Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e empresas subsidiárias). Não, o governo do Brasil não é “tudo junto e misturado”. E qualquer ideia contrária é pura teoria da conspiração.
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3 – E as medidas do presidente Michel Temer? Pois bem, no último dia 31 de agosto foi encaminhado ao Congresso Nacional o projeto da Lei Orçamentária Anual, que prevê o preenchimento de 10.968 vagas em órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União. Após a aprovação da LOA, ela segue para sanção presidencial e vai servir de base para a abertura de novos editais. Além disso, ainda temos o preenchimento de vagas do orçamento de 2017 da União. Isso somente no governo federal, pois não computamos aqui os orçamentos dos cargos públicos de 2018 nos 26 estados, nos 5.570 municípios e no Distrito Federal. Isso parece crise para você?
4 – Concurseiro, faça uma autoanálise.
Sim, a internet virou um espaço para desabafo de frustrações pessoais onde cada fracasso é culpa de alguém, especialmente do governo, mas nunca de quem reclama. Recebo muitas mensagens e, sim, há pessoas que estão legitimamente desmotivadas nos estudos; os casos mais comuns são problemas de saúde, divórcios e morte na família. Mas, com exceção dessa situações minoritárias, a falta de motivação é inexplicável.
A questão é que os problemas normalmente não estão ligados ao concurso e sim, a vida pessoal dos concurseiros. Um bom exemplo é o candidato que reclama da falta de tempo quando, na verdade, toda a sua vida está uma “bagunça”, situação que o impede de ter uma rotina saudável de estudos. Na prática, tudo vira motivo de reclamação: o governo, os professores, os cursinhos, a família, o cachorro, a comida. Portanto, faça uma autoanálise e veja se você mesmo não está sabotando o seu caminho até a carreira pública. Foco!
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Enfim, é um texto gigante para reflexão. A questão é que mais de um terço de 2017 se foi. Já parou para pensar em como você pretende encerrar este ano? Tem certeza que está no caminho certo ou o desespero está batendo a sua porta? Pense nisso e pare de adiar decisões! Organize a sua vida para não ter a sensação de fracasso. Cair todo mundo cai, é a vida. A velocidade que você se levanta é o que conta.
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