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PMDB elegeu Dilma, protegeu Temer, faliu o Rio e agora quer meio bilhão do seu bolso para fazer campanha

O PMDB é, inegavelmente, um partido ecumênico. É só pensar em qualquer escândalo de corrupção ocorrido ao longo dos últimos 30 anos (à esquerda ou à direita) que há um peemedebista no meio. Anões do Orçamento? Mensalão? Lava Jato? É batata.

Tem mais. Estamos falando do partido que se vangloria de ser o fiel da “governabilidade”. Por consequência, se você tem horror à gestão FHC, não esqueça que ela era sustentada pelo PMDB. Se você detesta a era petista no Planalto, pode ter certeza que Lula não teria sobrevivido ao mensalão sem os peemedebistas. E que Dilma sequer teria sido eleita sem se coligar com o partido de Michel Temer.

Pior ainda é o retrospecto do PMDB em voo solo. Em Brasília, blindou Temer de uma investigação por corrupção. Já o Rio nunca esquecerá da administração Sérgio Cabral.

Como avaliar esse vasto currículo? O PMDB deveria ser punido de alguma forma? Talvez a avaliação mais justa devesse vir das urnas. É um teste que os peemedebistas topam, desde que seja com muito mais dinheiro que os adversários.

Pela divisão do Fundo Eleitoral de Financiamento da Democracia (nova ferramenta para empurrar para o brasileiro o custo das eleições), é o partido quem se dá melhor. Dos R$ 3,6 bilhões previstos, R$ 497 milhões ficariam com o PMDB.
Meio bilhão para fazer campanha não é nada mal, não?

Pois o PMDB fez uma espécie de pacto com o PT (que ficou com R$ 447 milhões) para que as contas fechassem da melhor forma possível para eles. Do total do fundo, só 2% serão divididos igualitariamente entre todos os partidos, o que faz com que o PMDB tenha 241 vezes mais recursos públicos que o Partido Novo (que, por sinal, já disse que não quer dinheiro público para a campanha).

Nas contas do novo fundão (que não elimina o velho fundo partidário), ganha mais dinheiro quem teve mais votos para deputado em 2014 (aquela eleição com dinheiro a rodo da JBS e da Odebrecht) e as maiores bancadas da Câmara e do Senado. Se 2018 era para ser uma eleição de virada de página, esqueceram de combinar com os peemedebistas.
Se depender deles, tudo continua como está. É só por na conta da democracia, a qual o PMDB nunca aceita rachar. Só multiplicar.

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