A notícia de que Lula e Fernando Henrique Cardoso estariam tentando acertar os ponteiros para uma saída da crise política atual – e, claro, sobre um possível impeachment de Dilma Rousseff – aponta diretamente para um acordão. Em resumo, um armistício político que garanta uma certa calmaria institucional até 2018.
Não é novidade. Em 2005, no auge da crise do mensalão, o senador paranaense Alvaro Dias (PSDB) tentou, mas não conseguiu levar adiante a responsabilização de Lula no escândalo. A decisão de manter o petista sangrando até as eleições de 2006 teria sido costurada também por FHC e custou caro aos tucanos. A economia ia bem e Lula se recuperou.
Agora, por que os tucanos insistiriam na mesma tese? As recentes revelações sobre o lobby da Odebrecht apurado pela Lava Jato também apontam para graúdos caciques do PSDB. Seria uma oportunidade de deixar tudo como está – com o bônus de que tudo indica que a sangria de Dilma é bem menos contornável.
Parece bom para os dois lados, mas não para os brasileiros. Quanto mais a Lava Jato pegar fogo, melhor. Afinal, só a transparência da lavagem de décadas de roupa suja na rua vão realmente fortalecer institucionalmente a democracia brasileira.
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