O VAR (Video Assistant Referee), sistema de árbitro de vídeo, entrou em campo já por duas vezes na Copa do Mundo 2018. E em ambas as oportunidades, marcações de pênalti, despertou polêmica. Foram toques sutis que derrubaram os jogadores na área. E não é porque “houve o toque”, como já virou clichê entre os analistas de arbitragem, que necessariamente foi pênalti.
Na vitória da França sobre a Austrália, por 2 a 1, o primeiro gol dos franceses nasceu de um pênalti apontando após consulta às imagens. No jogo do Peru com a Dinamarca, que está ocorrendo enquanto escrevo, Cueva desperdiçou cobrança em outro lance da marca fatal assinalado com o VAR. Pela primeira vez na história, a Copa utiliza o recurso do árbitro de vídeo.
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Não vou nem me aprofundar nos dois lances. Em resumo, acho que ocorreu a falta anotada em cima de Griezmann, da França. Já o penal que foi indicado sobre Cuevas, do Peru, tenho sérias dúvidas. Na minha avaliação, a queda ocorreu muito mais pela malandragem do atleta, notório cai-cai, ao se lançar ao solo, do que por um desequilíbrio provocado pelo já consagrado “toque”.
Aí está o perigo. Nem tudo que parece, é. Ainda mais no futebol. Com o tempo, os jogadores estão cada vez mais especializados em simular faltas, Neymar é um ótimo exemplo. Teatralizam com tamanha desenvoltura o lance que, um desavisado, pode ter a convicção da falta. E há ainda o problema da câmera lenta, que distorce a imagem do jogo mais ainda do que apenas desacelera o lance.
Já prevejo uma tendência de marcações de pênalti por causa do VAR. Afinal, o “toque” vai aparecer, e os árbitros não vão querer bancar a própria convicção diante do replay, “brigar com a imagem”, como também gostam de dizer. Fica mais cômodo indicar o que todo mundo está, pelo menos aparentemente, vendo na tela. Mesmo que tenha sido apenas um toque, e não pênalti.
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