Neymar é um dos grandes personagens da Copa do Mundo 2018. As atitudes dele dentro e fora de campo tem repercussão imensa não só na imprensa brasileira. A mídia internacional também está de olho no camisa 10. A reportagem da Gazeta do Povo conversou em Moscou com jornalistas de seis países diferentes para saber a opinião deles sobre o craque brasileiro. Foram entrevistados profissionais da França, Espanha, Inglaterra, Itália, México e China.
Alguns admitem preocupação com o temperamento e o risco de ele ser uma ‘bomba no vestiário’, mas o encantamento com o futebol do atacante é unânime. Neymar é naturalmente apontado como o sucessor de Messi e Cristiano Ronaldo no posto de melhor do mundo nos próximos anos.
Veja o que cada um disse sobre Neymar:
Julien Sebastian (França) – Jornalista da ESPN
“Na França, ficamos decepcionados com algumas de suas atitudes ao longo da última temporada. Polêmicas em comemorações de gols, reações exaltadas durante algumas partidas. Algo que não esperávamos. Achávamos que o Neymar seria uma superestrela em todos os aspectos. Talvez ele tenha ficado frustrado porque o nível da competição não era o esperado por ele. Existiam momentos maravilhosos e outros mais difíceis. Mas ele tem 26 anos, muito pela frente. Messi e Ronaldo já passaram dos 30. Vai acabar para eles em breve e Neymar é o melhor para tomar o lugar deles. Ele é um jogador fantástico”
Alvaro Vivar (Espanha) – Jornalista da Agência EFE
“Neymar é o terceiro melhor do mundo e gostaria de vê-lo jogando na Espanha de novo. Ele tem jogado muito bem com o Tite na seleção, no setor onde gosta. É natural que ele vá melhorar durante o Mundial. A imprensa espanhola trata muito das atitudes deles, de como ele pode ser uma ‘bomba’ no vestiário, mas a qualidade dele em campo supera tudo isso. Fala-se da chance de ele ir para o Real Madrid. Um ataque com Neymar, Cristiano e Benzema seria brutal”
Salvador Aguilera (México) – Jornalista do Esto Deportes
“Neymar é indiscutivelmente um dos jogadores mais brilhantes do futebol mundial. Ele tem características que trazem o ‘jogo bonito’ do Brasil que sempre nos acostumamos a ver. No meu caso, desde a Copa de 1970. Essa magia do futebol brasileiro começou a se perder, mas voltou com o Neymar. Ele é o típico jogador brasileiro que enriquece o futebol mundial, provoca aplausos. Ele não tem só dribles, é também um definidor.
Sobre o comportamento dele: os jogadores ganham tanto dinheiro hoje e estão muito mais expostos também. É difícil para um jovem com menos de 30 anos ter um equilíbrio de tudo isso. Não gosto da maneira como o pai administra a carreira do Neymar. E é preciso ver isso. Fora de campo, quem te aconselha, quem coloca teus pés no chão”
Matthew Jeremy (Inglaterra) – Jornalista da Agência Press Association
“Eu já me questionei antes se ele era supervalorizado, mas eu mudei de ideia depois da Olimpíada do Rio. Eu estava lá e o jeito que ele liderou aquele time até a medalha de ouro me impressionou. Ele é um grande jogador, muito habilidoso, abaixo só de Messi e Ronaldo. Ele é o melhor desse ‘segundo grupo’ dos melhores. Por outro lado, o comportamento dele preocupa. Nesses dois primeiros jogos da Copa, achei ele egoísta em campo, até atrapalhando o time em alguns momentos. Foi irritante. A seleção da Argentina tem uma obsessão com o Messi e está acontecendo algo parecido com o Brasil. É muito perigoso. Tudo sempre é sobre o Neymar. Alguém precisa acalmá-lo”
Antonio Francesco (Itália) – Jornalista do La Stampa
“Ele é um dos jogadores mais importantes do mundo. Ele é jovem e está sob muita pressão, mas ele será o melhor do mundo depois que Messi e Ronaldo ficarem mais velhos. Não me incomodo com o comportamento dele. Em campo, ele é decisivo. É o que mais importa”
Yue Lin (China) – Jornalista do Xinhua News
“Ele representa a essência do futebol brasileiro, como foi com o Ronaldo, Ronaldinho e Kaká. São tantas estrelas. Talvez o Brasil tenha passado dificuldades nos últimos anos pela falta de jogadores como esse nível de talento. As habilidades deles mostram o estilo brasileiro puro. Ele é fundamental. O comportamento não tão ‘certinho’ talvez seja uma característica dessa nova geração de jogadores mesmo. Não vejo como um problema”
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