DIRETO DE SÃO PETERSBURGO, RÚSSIA – A França tem do outro lado da semifinal um dos principais jogadores da sua história. O ex-atacante Thierry Henry, maior artilheiro da seleção francesa (51 gols), segundo jogador com mais jogos pelo país (123) e campeão mundial em 1998, é auxiliar-técnico de Roberto Martinez, técnico da Bélgica.
As duas equipes se enfrentam nesta terça-feira (10), às 15 horas, no Estádio Krestovsky, em São Petersburgo. Quem vencer estará na grande decisão em Moscou, no domingo dia 15, no Luzhniki. O adversário virá do confronto entre Croácia e Inglaterra.
Questionado sobre a situação, o técnico da França, Didier Deschamps, declarou que será um prazer enfrentar o ex-companheiro. “Henry é alguém que gosto muito, jogamos juntos, estou feliz por ele. Será um prazer. Mas é uma situação difícil, estar no time inimigo, no banco contra o próprio país”.
“Joguei com ele, grande jogador. É peculiar essa situação no time da Bélgica, mas essa é a carreira dele, ele está aprendendo. Estará dividido, grande jogador com a camisa da França. Ele tem muita paixão pelo futebol e dará tudo pela Bélgica”, comentou Hugo Llorris, goleiro da França.
Henry traz recordações péssimas para o futebol brasileiro. Fez três gols na campanha que levou a França ao título de sua primeira Copa do Mundo, em 1998, jogando em casa. Entretanto, não esteve em campo no “passeio” aplicado pelos franceses no Brasil, triunfo por 3 a 0, na final.
Mais tarde, entretanto, foi o algoz da seleção brasileira no Mundial de 2006, na Alemanha. Marcou o gol que eliminou o Brasil nas quartas de final, em assistência de Zidane, na vitória por 1 a 0. Em cruzamento na área, o lance ficou marcado pela “arrumação da meia” do lateral Roberto Carlos.
Henry abandonou o futebol em 2014, mas seguiu trabalhando com o esporte. Foi técnico do sub-18 do Arsenal, clube em que foi ídolo por anos, e também comentarista de uma emissora de televisão inglesa. Até que em 2016, em junho, foi anunciado como integrante da comissão técnica belga.
“Ele trouxe algo que eu e minha comissão técnica não tínhamos: experiência internacional, o know how de como ganhar uma Copa do Mundo, de lidar com a expectativa de atuar bem diante dos olhos do mundo. Ele dá esse entendimento aos jogadores”, elogiou Roberto Martinez, técnico da Bélgica.