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Delação da JBS: sob sigilo, caso envolvendo Beto Richa completa seis meses na PGR

Ricardo Saud durante depoimento prestado em maio à PGR. Reprodução (Foto: )

A divulgação das delações da JBS pelo Supremo Tribunal Federal (STF) completou seis meses, mas os desdobramentos públicos, até agora, ficaram concentrados praticamente apenas nos núcleos Michel Temer e Aécio Neves, ambos já denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Os efeitos do conteúdo das delações da JBS para os demais políticos – quase 2 mil foram mencionados no total –  são praticamente desconhecidos.

No rol de políticos, está o atual governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), que, devido ao cargo que ocupa, só pode ser eventualmente investigado, processado e julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O delator Ricardo Saud, diretor na JBS, afirmou à PGR ter entregue R$ 1 milhão em espécie a Pepe Richa, irmão de Beto Richa e atual secretário de Estado de Infraestrutura e Logística. O dinheiro teria abastecido um caixa 2 da campanha de reeleição do tucano ao governo do Paraná, em 2014. Beto e Pepe rechaçam a narrativa do diretor da JBS.

Procurada pela Gazeta do Povo, a PGR não informa, contudo, se já pediu ou vai pedir a abertura de um inquérito no STJ para apurar o caso, alegando que o tema é sigiloso.

INVESTIGAÇÕES EM ANDAMENTO

No STJ, Beto Richa já é alvo de três inquéritos: um decorrente da Operação Publicano, outro das delações da Odebrecht; e um terceiro ligado a investigações no Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Além disso, a campanha de reeleição de Beto Richa, em 2014, também está na mira do STF, no âmbito da Operação Quadro Negro. O fato de os delatores do esquema de desvio de dinheiro destinado a obras de escolas terem citado o nome do deputado federal licenciado Valdir Rossoni (PSDB), atual secretário-chefe da Casa Civil de Beto Richa, empurrou todo o caso para o STF.

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