O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin negou o pedido da defesa do deputado federal Nelson Meurer (PP-PR) para que quatro novas testemunhas fossem ouvidas no processo que tramita contra o parlamentar na Corte, no bojo da Lava Jato. Com a negativa, Fachin deu por encerrada a fase de instrução da ação penal. Meurer, contudo, já recorreu contra a decisão do ministro, através de um agravo regimental.
O pepista insiste para que os políticos Mário Negromonte, Aguinaldo Ribeiro, Ciro Nogueira e Francisco Dornelles também sejam ouvidos. Segundo o paranaense, os quatro foram citados por testemunhas ao longo das audiências e poderiam contribuir para esclarecer determinados pontos. Fachin não viu necessidade.
Se o agravo regimental também for derrubado, o processo segue para sua etapa final, ou seja, quando o relator abre um prazo para as últimas alegações da acusação e da defesa. Na sequência, sai a sentença, pela absolvição ou condenação.
Meurer é acusado de dois crimes pela Procuradoria Geral da República (PGR): lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Em suma, segundo a PGR, ele teria se beneficiado de dinheiro do “Petrolão”. Filhos do parlamentar, o advogado Nelson Meurer Júnior e o empresário Cristiano Augusto Meurer também são réus no mesmo processo. Os três negam as acusações.
Um dos principais depoimentos no caso foi do doleiro Alberto Youssef, delator na Lava Jato. Ele chega a narrar entregas de dinheiro feitas pessoalmente a Meurer.
GLEISI PODE SER JULGADA PRIMEIRO
Outro processo da Lava Jato que também está perto do fim no STF é o da senadora Gleisi Hoffmann (PT), também da bancada do Paraná. O “Petrolão”, na narrativa da PGR, teria injetado R$ 1 milhão na campanha eleitoral de 2010 da petista. O dinheiro teria sido viabilizado por Youssef e pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Gleisi contesta e lembra que, segundo a própria PGR, Costa era sustentado na Petrobras pelo PP, legenda de Meurer, e não pelo PT.
Paulo Bernardo, marido de Gleisi e ex-ministro das gestões petistas, é réu no mesmo processo. O casal é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Na prática, segundo a PGR, o dinheiro teria sido entregue pelo advogado Antonio Carlos Brasil Fioravante Pieruccini, parceiro de Youssef, ao empresário Ernesto Kugler Rodrigues, amigo do casal de políticos. Kugler também é réu no caso e rechaça a versão dos acusadores.
Fachin já abriu o prazo para as alegações finais no processo e, portanto, o caso pode ser levado a julgamento até o início de 2018.
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