A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente da República, Michel Temer, ainda não foi oferecida, mas, na Câmara dos Deputados, o assunto já recebe atenção máxima. A pressão maior está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), colegiado da Casa responsável por fazer a primeira análise do caso. Só depois o tema pode seguir para o plenário. Entre os titulares da CCJ, há dois deputados federais da bancada do Paraná: Rubens Bueno (PPS) e o ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio (PMDB), ambos aliados do Planalto. Mas a dupla, que no passado se engajou fortemente pela queda de Dilma Rousseff, ainda não se manifestou publicamente sobre qual posição vai adotar.
O PPS anda “em cima do muro” desde a divulgação do conteúdo das delações da JBS. Roberto Freire, presidente nacional da sigla, deixou a pasta da Cultura, na esteira do escândalo, mas outro pepessista de peso, Raul Jungmann, permaneceu no governo federal, no Ministério da Defesa.
Na Câmara dos Deputados, há constrangimento na pequena bancada do PPS, que recentemente resolveu se declarar apoiadora das reformas tocadas pelo Planalto, e só. O líder da bancada do PPS na Casa, Arnaldo Jordy (PA), assegurou que a sigla “tem tradição em votar a favor de investigações”, mas acrescentou que a provável denúncia contra o presidente Temer ainda será discutida internamente.
Já Serraglio, que anda longe dos holofotes desde a saída do Ministério da Justiça, no final de maio, é do mesmo partido político do presidente Temer e sempre foi um fiel aliado do Planalto. A relação, contudo, segue estremecida, desde a polêmica demissão do paranaense da Esplanada dos Ministérios. Embora na época Serraglio tenha poupado o presidente Temer, nas reclamações públicas que fez contra sua repentina exoneração, o paranaense deixou clara sua irritação com todo o episódio.
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[Post publicado em 26 de junho de 2017]
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