Depois de um dia tumultuado no Senado, por causa dos protestos encabeçados por parlamentares da oposição, o texto principal da reforma trabalhista, o PLC 38/2017, foi aprovado no início da noite de hoje (11) no plenário da Casa. Foram 50 votos a favor da proposta do governo federal, 26 contrários, além de uma abstenção. Todos os três senadores da bancada do Paraná, Alvaro Dias (PODE), Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB), votaram contra o texto.
A unanimidade costuma ser rara na bancada do Paraná: apenas Gleisi e Requião geralmente adotam a mesma posição nas proposições.
Desde o início da gestão Temer, em maio do ano passado, Alvaro Dias estava seguindo a cartilha da base aliada, mesmo se declarando “independente”. Foi assim, por exemplo, na polêmica PEC do Teto dos Gastos Públicos, prioridade do Planalto no semestre anterior, endossada pelo ex-tucano.
As delações da JBS e a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), contudo, teriam pesado na mudança de postura do paranaense. Agora, ele tem dito que o presidente Temer perdeu as condições para empreender uma mudança legislativa do tipo.
O fator eleitoral também teria contribuído. No início do mês, Alvaro Dias saiu do PV, migrou para o PODE, e se lançou pré-candidato à presidência da República em 2018, ambição que não combinaria com o aval a uma impopular reforma trabalhista.
Mas nem tudo uniu a bancada do Paraná hoje no Senado. Os protestos da oposição, com Gleisi na linha de frente, geraram críticas do colega do PODE. Segundo ele, ocupar a mesa principal do plenário do Senado, impedindo a votação da reforma trabalhista, seria uma atitude “de quem não está preparado para o exercício democrático”.
“Lamentável o espetáculo de arrogância, de prepotência, de truculência, de ausência de inteligência”, atacou Alvaro Dias, durante entrevista à imprensa.
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