“Você não consegue ligar os pontos olhando para frente; você só consegue ligá-los olhando para trás. Então você tem que confiar que os pontos se ligarão algum dia no futuro. Você tem que confiar em algo – seu instinto, destino, vida, carma, o que for. Esta abordagem nunca me desapontou, e fez toda diferença na minha vida.” (Steve Jobs)
Lições que aprendi…
A escolha do nome e os primeiros preparativos para esperar Antonio…
Durante os três primeiros meses as expectativas foram enormes.
Muitas pessoas aconselharam-me a ter calma e paciência para esperar passar o terceiro mês e então começar a fazer planos.
Precisei conter meus ânimos e no fundo tinha medo do que pudesse me acontecer.
No dia 20 de agosto de 2001 pude saber o sexo do bebê.
E daí para frente comecei a por em prática os meus projetos.
Não tinha muitas preocupações com a decoração do quarto do Antonio, queria apenas que fosse um lugar que o acolhesse.
Pensava em como o acomodaria para que pudesse sentir-se bem em seu novo lar.
Às vezes preocupamo-nos demais com tantas futilidades que esquecemos de proporcionar bem estar e aconchego aos nossos pequenos.
Pude contar com a experiência e a ajuda de minha irmã para ir às compras de roupas e acessórios.
Alexandre participava ativamente em qualquer decisão. Fazíamos pesquisa de preços, namoramos uma porção de berços, cortinas, carrinhos, até decidirmos pelo que fosse compatível com nosso orçamento. Meu marido curtiu a gravidez cercando-me de cuidados e atenções o tempo todo.
Depois, por curiosidade, busquei o significado do nome do meu filho, do latim:
Antonius, inestimável, o que não tem preço.
Queríamos que o nome escolhido fosse simples.
Na verdade, gostaria que meu filho tivesse nome de santo, talvez pelas influências do Renato Russo em minha vida, acho que também partilhava com ele a idéia de um mundo mais bonito.
E escrevendo sobre a escolha do nome, lembrei-me de uma experiência, vivida em 1999… que dará todo sentido à minha preferência…leia:
Tia Dirce – que eu amo de paixão, irmã de minha mãe – e eu fomos participar de um encontro carismático promovido pela igreja católica.
Coitada da tia Dirce, quando eu quiser fazer isto de novo vou pensar duas vezes antes de chamar alguém para me acompanhar. Foi muito exaustivo, tadinha!
Enfim, vou me ater a um único momento do encontro que é o que me traz ao relato: o da confissão.
Saí de uma palestra meio aturdida.
Um aspirante a padre falava coisas tão absurdas sobre outras religiões que me senti mal!
Gritava, bradava aos quatro ventos sobre satanás, sobre as altas e baixas escalas e níveis de espíritos, achei um exagero tudo aquilo, afinal, estávamos ali para falar sobre Deus, sobre Jesus. Não aguentei os gritos e saí.
Fui para fora da sala, num pátio, para respirar um pouco e aguardar na fila o momento da confissão.
Eu era a última, quando me disseram que o padre não iria atender mais.
Vi que o padre percebeu que não havia mais ninguém atrás de mim, então pediu que me levassem até ele. Fui.
Deparei-me com um homem franzino, cabeça grisalha e um agradável sotaque português.
Sentei-me diante dele e começamos a conversar.
Naquele momento da minha vida eu me encontrava muito confusa em minha busca religiosa, contei-lhe sobre isto, sobre minhas dúvidas a respeito da fé e sobre mim mesma, chorei e ele me ofereceu seu lenço para que eu pudesse enxugar meus olhos.
Disse-me para filtrar todas essas coisas que haviam me deixado aturdida e na sua doce sabedoria, aconselhou-me a fazer o que o meu coração pedisse.
E enquanto eu chorava ele me dizia:
“- Filha, você já se olhou no espelho hoje? Você já viu o quanto é bonita aos olhos de Deus? Já percebeu que o seu rosto está cheio de luz?”
Enquanto o padre falava comigo, fui me acalmando, fiquei feliz e aliviada com suas palavras e consegui conversar melhor com ele.
Por curiosidade, perguntei de onde era, quantos anos tinha.
Disse-me que seu país de origem era Portugal e tinha 72 anos.
Perguntei também qual era o seu nome, disse-me que tinha um nome muito feio, e eu ri, insistindo em saber:
“- Chamo-me Antonio.”
Respondi que gostava muito do nome, e fiquei tão agradecida a ele naquele momento que num ímpeto lhe disse:
“ – Padre, se eu tiver um filho um dia ele terá esse nome.”
E ele brincando:
“ –Esse nome feio? Não faça isso minha filha.”
(…)
Agosto passou assim, sentia-me no céu, feliz, maravilhada com minha gravidez. Foi um mês de paz para o meu coração. De agradecimento e de alegria.
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