Qualidade do tempo com seu filho, o que é isto?…(LII)

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“Existem muitos homens que viajam pelos países do mundo para se tornarem uma enciclopédia de cultura, mas ao balanço da vida não chegaram a conhecer nem a própria intimidade doméstica e nem a si mesmos.” (Jerônimo Mendonça)

Conversando com meu filho…

“06 de junho de 2002, quarta-feira.

Filho, amanhã você fará 5 meses!
Foi quando eu estava grávida de 5 meses que comecei a escrever este diário, lembra?

Cada dia que passa você está mais esperto, vivo, sorridente, e olha que pouco mais de um mês que nos “falamos”, passa rápido demais.

Você toma bastante o meu tempo agora e ele fica cada vez menor para eu escrever ou me dedicar a outras coisas que não seja você.

Este mês você fez a grande descoberta do tato.
Suas mãozinhas puxam, beliscam, agarram, seguram.
Você passa a mão várias vezes na orelha como se ela te atrapalhasse.

Esta semana compramos um chocalho com estrelas coloridas para você fazer barulho!
Você ria às gargalhadas balançando o chocalho para todos os lados.
Foi muito engraçado vê-lo fazer graça para nós enquanto ríamos do barulhão que vinha do brinquedo.

Você é muito lindo, super esperto, cada dia você descobre alguma coisa nova e diferente para prestar atenção.
Uma cor, objetos, brinquedos, sons, tudo, tudo te chama a atenção.
Seus olhinhos não param e agora aprendeu a virar a cabeça de um lado para o outro…
Descobriu como funciona o pescoço…(risos)

Já quer ficar mais tempo sentado.
Suas pernas também estão bem firmes o que te dá a possibilidade de ficar alguns instantes em pé tentando manter-se equilibrado.

Coloca todos os dedos na boca de uma vez e quase vomita!

Quando está deitado, levanta suas pernas e alcança seus joelhos e pés e consegue puxar suas meias e arrancá-las sem muito esforço.
Coloca as mãos nos pés e puxa suas calças até deixá-las nos joelhos…

Você não para quieto!
Vira-se bastante no berço e, de madrugada, quando vou amamentá-lo geralmente está deitado na diagonal resmungando debaixo dos cobertores.
Sem contar o seu vocabulário que a cada dia agrega mais sons.

Bom, estou aqui na sala escrevendo e já escuto seus resmungos.
Viu só como não consigo escrever muita coisa? Vou cuidar de você e depois eu volto.
Um beijo, te amo muito!”

Lições que aprendi…

12 de outubro de 2012, sexta-feira.
Antonio brinca de video-game com o pai e o irmão enquanto escrevo.

Como mãe, quero fazer um pedido a você, leitora e leitor: tenha mais tempo com seus filhos.

O tempo voa rápido demais para passarmos por ele displicentemente.
Se eu, que hoje tenho mais tempo em casa com meu filho, não consigo acompanhar todas as mudanças que nele acontece, imagine o pai ou a mãe ou ambos que passam mais tempo ainda fora de casa envolvidos com suas atividades profissionais ou sociais, ou sejam quais forem.

Eu tive sim, momentos de chegar cansada em casa e querer um minuto a mais de silêncio para colocar minhas ideias em ordem, organizar minhas poucas horas para banho, lanche, atenção para marido e filho.

Entendo e já vivi a experiência das tantas jornadas de trabalho que conciliamos.
E também entendo que não existe tempo melhor com meu filho do que aquele que, de verdade, estou presente (sem presentes) com ele.

Tempo para desligar o celular e esquecer que minha agenda está cheia de compromissos e obrigações.
Tempo para deixar-me levar pelas conversas e brincadeiras que ele faz.
Fazê-lo sentir que eu estou ali com ele naquele momento não apenas para marcar presença e dizer depois de boca cheia que o que importa é a “qualidade do tempo”!
De corpo presente até na missa estamos.
Mas e a alma, onde está?

Se alguém sabe diga-me: qual é o marcador para a qualidade do tempo?
O que regula essa qualidade? Como é medido?

Sabe quando de verdade iremos saber se este tempo valeu a pena?
Quando nossos filhos forem adultos…

Basta pensar na sua relação familiar.
No tempo que seus pais tiveram com você e nas carências que você trouxe para sua fase adulta.
E mais, onde elas se instalaram, quais são as suas maiores queixas, ou melhor, de onde é que elas surgem.

E depois de avaliar estas situações e emoções imaginem-se de volta no seu núcleo.
Abraçando seus pais, conversando com seus irmãos, qual é a sensação que você neste exato momento experimenta?

Análises à parte, não sou terapeuta, não estudei para isto.
Mas a duras penas fui buscar ajuda para preencher os buracos emocionais que provoquei por conta das minhas relações familiares mal resolvidas.
E olhe, reconheço que, nesta vida, Deus pegou leve comigo e crescer pode ser doído para alguns orgulhosos, como eu.

Ao longo dos anos aprendo que a melhor medida com meu filho é a medida de fazer junto, de estar junto, de me permitir, muitas vezes, ser criança com ele sem reservas.
De contar piadinhas mais ridículas do que as dele, de fazer brincadeiras que ele te olha e diz:
” – Nossa, mãe, nem vou falar nada!”

Ou quando estão juntos, Alexandre a Antonio a se entreolharem e me dizer:
“- VIxi, hoje ela trocou a receita!”

Ou ainda:
” Aff!… Mãe, você já tomou seu remédio hoje?”

E caímos às gargalhadas!
Brincar também faz parte de educar.
Brincar sem ofender.

Ter a liberdade de vivenciar uma relação familiar neste mundo moderno e cheio de tecnologia disponível com brincadeiras ridículas que nos devolvem o riso e a vontade de estarmos juntos: pai, mãe e filhos.

Uma família imperfeita mas que torcemos para estar bem construída e depois, bem depois quando Antonio estiver adulto que ele possa identificar mais rápido suas dores, a origem de suas queixas e resolver suas carências.

Não sou perfeita, ninguém o é.
Sou mãe, filha, mulher, ainda torta e aprendendo a conhecer e experimentar os doces sabores da vida.

Passe mais tempo com seu filho. Ria mais com ele, dele, para ele.
Isto também vale para mim.

Um ótimo final de semana para você.
Deus te abençoe.

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A proposta do DIÁRIO DE ANTONIO é a de um livro virtual.
Você poderá ler os assuntos alternadamente ou acompanhar desde o início capítulo por capítulo.

Também edito o DIÁRIO DE ANTONIO todas as terças e quintas no meu blog com o mesmo nome
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Pessoal, passamos da primeira fase, agora temos que votar tudo de novo. Conto com vocês e se puderem, votem nos blogs dos meus colegas blogueiros também!

Vejam só:

Dos seis blogs da Gazeta do Povo que estão participando do Prêmio Top Blog, todos passaram para a segunda fase, ficando entre os 100 mais votados em suas categorias. Estamos com 100% de aproveitamento até agora!

A partir de hoje, a votação recomeça do zero. Todos os que votaram na primeira fase podem votar de novo, usando e-mail, Twitter e Facebook. Mais do que nunca vamos precisar do apoio de vocês, divulgando os links para os amigos.

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Os blogueiros agradecemos desde já!

Um abraço,
super obrigada!!