“(…) Mas há outras pessoas
que viajam conosco no mesmo comboio,
que permanecem ao nosso lado por toda a jornada,
compartilhando tudo:
as alegrias e também os momentos difíceis.
A essas oferto minha amizade,
meu coração
e minha alma.”
(Mestre DeRose)
Conversando com meu filho…
“05 de setembro de 2002.
Oi meu filho mais lindo do mundo!
É muito gratificante acompanhar o seu desenvolvimento e seus esforços para engatinhar.
Fico feliz ao vê-lo apoiado nas mãozinhas, tentando levar uma perna e outra para se deslocar.
Você fica cansado pelo esforço, cai de um lado para outro, vira-se, pega um brinquedo, distrai-se com o desenho que está no lençol.
Bate as mãozinhas no chão, a cabeça e eu, fico a te observar por um tempão até seu pai chegar e começar a imitar você, te faz palhaçadas para vê-lo rir às gargalhadas.
Logo é hora do seu banho e o momento que ficamos juntos passa rápido demais.
Nossa rotina é deixá-lo cedo no berçário e pegá-lo no final do dia.
Mas hoje não aguentei e fui te dar um cheiro na hora do almoço.
Como é gostoso te pegar, te abraçar, olhar sua carinha linda, te apertar, brincar com você!
Não há nada no mundo que pague isto.
Ah! Se eu pudesse passaria mais tempo com você, mas o trabalho e todas as outras responsabilidades são divididas pelo meu dia deixando-me pouco tempo para participar das suas descobertas.
Agora você aprendeu a bater palminhas e fica fazendo isto o tempo todo como se descobrisse a maior de todas as mágicas!
Senta, rola de lá para cá, não para quieto porque é muita novidade para você conferir e experimentar.
E o mais legal de tudo: você engatinhou!
Foi emocionante vê-lo equilibrar-se nas suas mãos e joelhos e acompanhar o seu deslocamento, mesmo que pequeno.
Foi sua primeira vitória em direção à sua autonomia.
Outras virão e nada melhor do que o tempo para te dar segurança aos movimentos que começa a exercitar.
Te amo muito, meu filho.
Deus o abençoe.”
Lições que aprendi…
Ler o Diário e lembrar de todo o esforço do Antonio para conquistar a autonomia dos seus movimentos remete-me à minha rotina atual para buscar meu próprio equilíbrio.
Levanto-me cedo todos os dias, mas duas vezes por semana, levanto-me espartanamente para praticar o Método DeRose às sete da manhã.
Não importa o frio, a chuva, ou o meu cansaço, coloquei a prática do Método como um desafio: vencer o frio curitibano e o sentimento de hibernação que ele me traz a qualquer custo.
Eu tinha 48 anos quando em fevereiro de 2010 resolvi praticar.
Havia uma escola perto da minha casa, e certo dia entrei para conhecer.
Fui atendida por uma mocinha, não vou me lembrar o nome, mas lembro-me da calma inquietante com que ela me atendeu.
Preenchi uma ficha, fiz meu cadastro e agendei uma aula experimental.
O primeiro instrutor a me ensinar foi Francisco, um yôgin com nome de santo.
Gostei da aula, gostei da prática e decidi que seria um caminho para o meu autoconhecimento.
Da mesma forma que meu filho aprendeu a equilibrar-se eu também procurava o meu próprio equilíbrio.
Na escola, Francisco foi meu instrutor por um curto período e com ele tive a oportunidade de conhecer o Mestre DeRose no lançamento de um dos seus livros.
O lugar estava cheio, mal conseguíamos andar, mas esperamos na fila.
Eu, com o livro errado nas mãos e o Francisco correndo no contra-fluxo para buscar o do lançamento (para mim) e conseguirmos as tão desejadas dedicatórias.
Por fim, lá estava eu diante do Mestre.
Estatura mediana, cabelos grisalhos, um sorriso que estendia de orelha a orelha e pacientemente fez as dedicatórias nos dois livros que levei.
Passados alguns meses, a diretoria da escola mudou e Tiago, passou a ser meu instrutor.
Sinto-me feliz por cercar-me de pessoas com ideais tão nobres.
Sinto-me feliz por saber-me benquista entre elas e de poder participar dos pequenos eventos que são promovidos ali num ambiente que muitas famílias infelizmente não tem.
Preparam, cuidam do lugar com ordem, com disciplina gentil e educada.
Mas antes de tudo isto, antes de Francisco ou Tiago, preciso contar sobre duas pessoas que influenciaram-me profundamente sobre esta mudança nos meus hábitos de vida.
A primeira delas foi Jaqueline.
Amiga de Londrina.
Praticava o Método desde que mudou-se para cá.
Lembro-me que quando ela estava grávida pediu ao meu marido que fizesse fotos dela e do esposo para ter o registro daquele momento.
Pediu que fosse fotografada praticando ásanas…
Ao colocar-se na posição que chamamos invertida ou sírshásana, de cabeça para baixo e… Grávida!…Morri de medo que pudesse machucar-se, cair, ou qualquer coisa que o valha!
Qual não foi minha surpresa ao perceber sua tranquilidade e segurança ao ficar naquela posição.
Eu já admirava a Jaque como amiga e como profissional, mas alguma coisa naquele dia ficou registrado neste meu cérebro loiro e faria toda a diferença mais adiante.
A segunda foi Giuliana.
Por incrível que pareça só a conheço virtualmente, mas a sensação que tenho é a de que nunca estivemos longe!
Giu, como os amigos a chamam, mora em São Paulo, pratica o Método há mais tempo. Foi a pessoa que inspirou-me a ser vegetariana e foi o sopro que faltava para eu caminhar em direção à escola que mencionei.
Escrevo à Giu que pratico minhas aulas lembrando da nossa história.
Do carinho que teve comigo ao me encaminhar revistas e livros sobre o Método e sobre o vegetarianismo.
No pacote que chegou do correio, veio um adesivo que está colado na porta da geladeira, alguns mimos para o Antonio e a mudança de hábitos e atitudes que mantenho em respeito e carinho à Giu, pela mudança que proporcionou à minha vida.
E o começo foi assim…
Mal sabemos o quanto influenciamos as pessoas no percurso de nossas vidas e o quanto nos deixamos ser influenciados também.
Jaque, Giu, Francisco, Tiago e Luciane, todos sem exceção, ajudam-me de alguma forma, dia após dia a trabalhar para buscar meu equilíbrio, para encontrar meu autoconhecimento e minha autosuficiência!
A vocês, um enorme obrigada!
SwáSthya!
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Método DeRose Bom Retiro – Rua Nilo Peçanha, 1235, bairro Bom Retiro, Curitiba – 41 3014-6566
A proposta do DIÁRIO DE ANTONIO é a de um livro virtual.
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Sal de Açúcar
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