Enquanto um profissional da construção civil, seja engenheiro ou pedreiro, consegue ver os resultados do seu trabalho dia após dia, com a sua edificação crescendo e tomando forma, os educadores atuam com seus alunos sem poder ver todos os frutos da sua obra, mesmo quando sua tarefa é finalizada.
Fazer o que é invisível não significa que nada foi feito. Além do mais, atuar em uma instituição educacional é bem mais do que cuidar de crianças e adolescentes enquanto elas crescem. Educar também é construir alicerces para ações futuras. Muitas transformações ocorrerem nas escolas, uma das primeiras e mais perceptíveis é a alfabetização, algo semelhante a um milagre que faz um deficiente visual enxergar, ver um novo mundo, uma nova realidade.
Matemática, português, história, geografia e tantas outras disciplinas, conforme vão sendo assimiladas, proporcionam a ampliação da visão de mundo. Aprendizagens como essa são como o ar, invisível, mas que facilmente provamos a existência. No entanto, dentro das escolas acontecem aprendizagens menos perceptíveis sendo algumas até mais profundas. Exemplifico com a ampliação da autonomia e a mudança da forma de se relacionar que ocorre com uma criança quando ela é incluída no ambiente escolar. Aprendizagens emocionais, relacionais, existenciais não são mensuradas em provas ou avaliações do MEC, mas isso não quer dizer que elas não ocorram ou que sejam menos importantes.
Nesse aspecto, mais sutil, cada educador pode contribuir para a construção de belas estruturas, que auxiliarão na sustentação da vida desse sujeito, agindo como uma pessoa íntegra, respeitando seus alunos, conduzindo seu grupo em um ambiente harmônico e sendo um exemplo positivo. Por outro lado o educador também pode levantar muros que impedem seu aluno de avançar, que bloqueiam sua criatividade, talentos e potencialidade. Em vários momentos a escola, que deveria ser um local de crescimento e de aumento do potencial humano, torna-se um espaço de limitação e de bloqueio à aprendizagem.
Para o educador é necessário um cuidado maior que para alguns outros profissionais, pois diferente do pedreiro, que quando erra pode reconstruir, nosso trabalho é pela edificação de seres humanos, que podem ficar com algumas cicatrizes pelas nossas falhas.
Nesse início do ano letivo desejo sabedoria a todos os educadores, para contribuirmos nessa tão importante tarefa da construção de obras invisíveis.
>> Este artigo foi escrito por Luciano Diniz, coordenador da pós-graduação em Educação Integral Transformadora da Associação Gente de Bem.
>> Quer saber mais sobre educação, mídia, cidadania e leitura? Acesse nosso site! Siga o Instituto GRPCOM também no twitter: @institutogrpcom.
Quem é Hugo Motta, o mais novo “queridinho” à sucessão de Arthur Lira na Câmara
Conheça a história de Hassan Nasrallah, número 1 do Hezbollah morto no Líbano
Após prometer vingança contra Israel, líder supremo do Irã é transferido para “local seguro”
Com ataque aéreo, Israel mata chefe do Hamas no sul da Síria
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS
Deixe sua opinião