As crianças não vêm com manual de instruções, infelizmente, e saber o que fazer para educá-las é um desafio diário tanto para as famílias quanto para os profissionais da educação. Os resultados dessa tarefa são difíceis de serem percebidos em curto prazo, mas influenciam no presente e no futuro de cada criança, consciente ou inconscientemente.
Educar uma criança vai além de dar comida, roupa, escola e brinquedos, pois inclui tarefas mais subjetivas como a transmissão de valores, a educação emocional e a preparação para os desafios da vida. Atribuições como essas são tão importantes para o pleno desenvolvimento humano quanto a alimentação, e estão nelas as maiores dificuldades das famílias e dos educadores. Como devo educar meu filho? O que faço nessa situação? Será que estou no caminho certo? Perguntas que não têm apenas uma resposta.
A psicologia tem comprovado que a forma como uma criança é criada nos primeiros anos de vida é uma das maiores influências nas suas atitudes e na maneira dela ver o mundo quando for adulta. Se constantemente dizemos para ela, por meio das nossas palavras, ações e exemplos, que ela é desagradável, incapaz, inconveniente ou algo semelhante ela tenderá a acreditar naquilo que suas referências lhe ensinaram. Se, de outra forma, lhe transmitimos com amor o quanto ela é especial e cheia de potencial ela também tenderá a formar sua autoimagem dessa forma. O que fazemos com uma pequena criança possivelmente ecoará por toda sua vida.
A responsabilidade de educar é imensa, árdua e, muitas vezes, inclui a renúncia de sonhos e objetivos pessoais. Ao mesmo tempo proporciona situações que questionam a forma como vemos o mundo, assim como tornam visíveis várias das nossas limitações e potencialidades. Educar é uma oportunidade de revermos nossos próprios valores, sendo questionados por esses “pequenos professores” com seus inúmeros porquês, para os quais nem sempre temos a resposta. Se bem aproveitada, educar é uma oportunidade que pode mudar positivamente o destino de quem se entregou a essa tarefa.
Proponho a você, caro leitor, que reflita sobre suas atitudes e crenças como educador. O que você quer para seus filhos ou educandos? Para alcançar isso sugiro que você faça o melhor possível para ser o exemplo do que está pedindo. Talvez seja por isso que educar é tão difícil.
>> Este artigo foi escrito por Luciano Diniz, coordenador da pós-graduação em Educação Integral Transformadora da Associação Gente de Bem.
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