Recentemente vi meu filho estudando biologia com um vídeo do Youtube. Intrigado, questionei a razão – ele respondeu que a aula da professora era muito chata e que, pela Internet, ele conseguia aprender em 15 minutos o que ela levava duas aulas tentando explicar.
A matéria da capa da revista Veja, lançada há poucas semanas, nomeia Salman Khan como o melhor professor do mundo. Ícone do ensino virtual, ele tem várias de suas aulas traduzidas para o português disponíveis online. Salman já conquistou mais de 150 milhões de acessos e atrai alunos por todo o mundo. E por quê?
Diante das novas possibilidades de aprendizagem verificamos mais um sintoma da crise estrutural dos sistemas de ensino: a maioria das escolas ainda trabalha com métodos concebidos há décadas. Mas hoje temos uma nova realidade, com problemas cada vez mais complexos, e que não poderão ser resolvidos com as mesmas ferramentas do passado. É como ensinar a usar um telégrafo na época do Iphone.
Podemos perceber essa crise de duas maneiras: ou como uma tragédia, ou como uma grande oportunidade de mudanças – afinal, os novos tempos sempre pedem por transformações. A tecnologia pode progressivamente tirar o espaço da escola para o desenvolvimento de aspectos intelectuais; no entanto, abre janelas para o desenvolvimento de outras dimensões humanas, como a emocional, social, física, artística, criativa, intuitiva e existencial. As atribuições com as quais a vida nos desafia, seja no campo profissional ou pessoal, requerem mais do que o raciocínio lógico para resolvê-las.
O desenvolvimento dessas múltiplas inteligências pode ser o objetivo da nova escola, que formará seres integrais, capazes de lidar com os desafios contemporâneos. Precisamos preparar nossos jovens para lidar com a vida. Para isso bons educadores, que vão além da transmissão de informação, são fundamentais.
>> Este artigo foi escrito pela equipe da Associação Gente de Bem, instituição que desenvolve programas de educação integral para adolescentes, professores e famílias.
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