Em meados de 1997, o Brasil vivia sob o pânico do ataque dos chupacabras. Por todo o país, o monstro era visto e/ou deixava rastros de cabras, bodes e ovelhas mortas. Testemunhas dispostas a descrever o monstro povoavam os programas apresentados por Ratinho e Gugu Liberato. Levou mais de uma década até que alguém aproveitasse essa euforia em um filme de horror nacional.
Depois do relativo sucesso de Mangue Negro no circuito independente nacional e internacional, o diretor Rodrigo Aragão trabalhou na construção de A Noite dos Chupacabras. A produção acompanha um vilarejo marcado pelo ódio entre duas famílias.
Quando o filho de uma delas retorna para casa com a namorada grávida, a disputa vira uma guerra – divertidamente caracterizada pelo excesso de sangue. No meio de tudo, um chupacabra pontua pequenos ataques, praticamente ignorado pelos protagonistas.
Aragão novamente não se preocupa muito em triturar explicações para o público. O monstro aparece, morde a jugular de um personagem e some. O final, no entanto, deixa várias considerações a respeito de sua origem, que não é nem um pouco alienígena.
A Noite dos Cupacabras tem um acabamento mais caprichado do que a estreia do cineasta no mundo dos longas-metragens. Isso começa pela fotografia, menos agitada e granulada, passa pela qualidade das atuações (Petter Baiestorf está brilhante) e finaliza com os efeitos visuais – melhores do que muitas produções internacionais do gênero.
Em seu segundo filme, Aragão já começa a desenhar sua visão sobre a sociedade do interior do Espírito Santo. São pessoas ignorantes, brutais por natureza e que sobrevivem por instinto. O mundo do diretor, como já ensaiado em Mangue Negro, está em plena decomposição. Alguns zumbis ou um chupacabra dão conta de acabar com o resto.
Veja o trailer:
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