Novo ano, novo Moto G. Agora estamos na 5a geração desta família muito bem sucedida, que ano passado chegou em 2 versões: a normal e a Plus. Para o Moto G5 vale a mesma divisão. Estive no evento de lançamento há 3 meses e desde então tenho usado o Moto G5 Plus. Sem dúvida, minha impressão a respeito do aparelho foi mudando bastante no decorrer do tempo — aquele clima de lua de mel das primeiras semanas foi se desfazendo aos poucos. Em 3 meses, consigo enxergar bem mais claramente os pontos fortes e fracos do smartphone.
Antes de falar do aparelho em si, comentarei um pouco as diferenças de ambos e em relação ao ano passado.
Uma parte do público vinha se sentindo incomodada com o aumento da tela da família G a cada nova geração. Eu mesma já havia notado muitas queixas ano passado no lançamento do G4 e, em especial, do G4 Plus. De fato, o público-alvo desta categoria de aparelho não é muito dado a telas grandes. Deve ser por isso que na 5a geração elas deram uma encolhida: 5 polegadas para o G5 e 5.2 polegadas para o G5 Plus.
Os dois modelos vem com Android 7.0 Nougat e ótimos processadores para a categoria. Mas não gostei das 2GB de RAM em ambos — uma estagnação em relação ao ano passado, embora o chipset atual seja mais poderoso. Acontece que processador não é tudo — prova disso é que, comparando o G5 Plus com o Z Play do ano passado, que tem o mesmísimo Snapdragon 625 com CPU octa-core de 2GHz e GPU Adeno 506 de 650MHz, o Z Play com seus 3GB de RAM se mostrou bem mais ágil na hora do boot e de abrir ou alternar entre aplicativos. Considero um erro a Lenovo não ter colocado 3GB pelo menos no Plus, já que atualizações de sistema virão por aí e não sabemos como ele se comportará.
Além disso, o Moto G5 não tem a TV digital que vem no Plus. Uma estratégia nova da fabricante, já que a função de TV costumava vir só nos smartphones de entrada, os mais baratinhos. Os motivos da mudança, para mim, continuam um mistério.
De resto, o G5 Plus vem com bateria de 3000 mAh contra 2800 mAh do G5 normal, além do carregador TurboPower para recarga super rápida. O G5 também suporta essa tecnologia, mas a fonte que o acompanha é apenas um carregador rápido de 10W. É possível comprar o TurboPower em separado.
Os dois possuem armazanamento interno de 32GB, suporte a 2 SIM cards e um slot para cartões de memória de até 128GB. E sim, dá para usar os 2 SIM cards e o cartão de memória ao mesmo tempo. Os SIM cards ficam de um lado da bandejinha e o cartão fica no verso. Viu, Asus?
Moto G5 Plus
Eu não desgostava do design antigo “emborrachado” dos modelos anteriores, pois o acabamento era moderno e proporcionava boa empunhadura. Mas reconheço que o design metálico dá uma cara mais sofisticada ao aparelho, e muita gente hoje prefere a elegância do alumínio. No meu Instagram, a mudança dividiu opiniões:
A câmera vem melhorando bastante a cada ano na linha G, e hoje ela traz funcionalidades bem variadas e eficientes, inclusive na frontal. O foco é excelente. Mas se você é exigente, não espere o controle de branco e a fidelidade de cores dos smartphones topo de linha com duas lentes — a moda do momento. Contudo, 99% dos mortais comuns acharão a câmera bastante competente, e não há realmente do que se queixar, já que o público deste aparelho só a usará para posts em redes sociais. Tenho certeza que todos vão adorar as funções especiais para selfies, como o embelezamento — que, confesso, não sou lá muito chegada.
Adorei o fato de um dispositivo intermediário vir com o carregador TurboPower, que carrega 50% da bateria em 15 minutos — uma funcionalidade que para mim hoje é simplesmente indispensável. O problema é que o preço de R$ 1499 do Plus não tem nada de intermediário: há opções mais poderosas no mercado cujos carregadores ultrarápidos acompanham o produto. Se o TurboPower viesse também no G5, que tem preço sugerido de R$ 999, daria bela rasteira nos intermediários concorrentes com preço mais acessível. Sério: vocês não sabem o quanto essa função é útil até a terem em mãos e nunca mais se imaginarem sem!
Falando em utilidade, ter uma versão mais pura do Android em um aparelho de configurações de hardware medianas ajuda bastante no desempenho. Pura, mas nem tanto: as “Motoperfumarias” são adições exclusivas da Lenovo mas não pesam no sistema. Passei a achá-las úteis de verdade, e esta é a grande vantagem de fazer um review de 3 meses: tive tempo suficiente para me adaptar e aprender a curtir esses diferenciais.
Refiro-me às personalizações como a Mototela, que mostra discretamente na tela notificações ou os comando do player de música, das Ações (como o giro no punho para acionar a câmera), do Dual SIM Inteligente, que aprende sozinho qual dos chips é o melhor para dados em diferentes ocasiões ou qual chip você prefere para ligar para cada contato, e, em especial ao Moto Nav, que permite o uso da região do sensor de digitais como uma espécie de mousepad.
A grande inovação desta versão de 2017 é mesmo esse comando de navegação no sensor de digitais. Ou seja, além dele reconhecer sua digital para desbloquear o aparelho, você pode usá-la como um mouse touch. Deslizando o dedo para a direita ou para a esquerda, você pode fechar ou alternar entre aplicativos. Na primeira semana quase não usei, pois estranhei um bocado.
É possível desativar isso nas configurações do aparelho, mas recomendo aos novos usuários que experimentem: com a prática, percebe-se que são bem úteis nesses tempos em que nos alternamos o tempo todos em um monte de apps sociais e de mensagens! Para ativar os comandos especiais de tela e ações, basta ir até o ícone colorido “Moto” na bandeja dos aplicativos e seguir o tutorial.
Quanto à leitura das digitais, por enquanto ela é usada para desbloqueio do aparelho ou como autenticação de senha no Google Play, além de apps de terceiros, financeiros em especial. Sinto MUITA falta, porém, de um browser que permita logins em sites com essa forma de autenticação, como a Samsung faz com seu navegador nativo. Será que já não está na hora da Lenovo ou mesmo do Google pensarem em colocar isso no Chrome?
Entretanto, minha maior implicância com o aparelho é realmente a RAM de 2GB. Neste terceiro mês de uso, já com a galeria bem recheada de fotos e vídeos, muita música baixada e mais de 100 apps rodando, o G5 Plus começou a mostrar certo cansaço. O desempenho não é nada igual ao das primeiras semanas. Nada que comprometesse o uso de forma séria, mas é bem frustrante para quem tem um Moto Z Play há 7 meses e funcionando sem lentidões, mesmo com a atualização para o Nougat.
Conclusão
Embora tenha passado por uma mudança visual bem impactante, preciso confessar que a versão do ano passado me empolgou bem mais que a deste ano. Todavia, continua sendo um aparelho muito interessante na linha dos intermediários. Só que a concorrência não está dormindo em serviço e trouxe aparelhos com configurações parecidas por preços mais competitivos.
O que me faria comprar, então, um Moto G5 ou G5 Plus ao invés dos similares mais em conta? Sem dúvida, o software. A versão mais pura do Nougat é estável e clean, mesmo com os adicionais da linha Moto. Quando você se acostuma com os gestos, o manejo do dispositivo fica muito mais confortável. O ponto mais forte não só do Plus, como do G5 também, é o empenho da Lenovo em trazer atualizações de sistema operacional: nenhum intermediário de outras marcas recebe tanta atenção da fabricante quanto os Motos. Os aparelhos tem, com isso, excelente longevidade e são muito mais seguros — um aspecto que, atualmente, considero de suma importância.
E você? Possui um Moto G5 ou G5 Plus? Conte sua experiência!
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