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O rio que salvou uma pastelaria da especulação imobiliária

Guilherme Caldas
Carne seca com cebola, um dos sensacionais recheios do longo cardápio da Pastelaria Juvevê.

A bomba estourou em dezembro, na comunidade da Baixa Gastronomia no Facebook. “O prédio da Pastelaria Juvevê está à venda”.

A pastelaria do seu Ricardo, descendente de japoneses, palmeirense, coxa-branca e gente finíssima, é inquilina do imóvel desde 1983. Agora, corria o risco de ser a próxima vítima da especulação imobiliária que tomou conta de Curitiba.

Decidimos checar. Fomos conversar com um amigo, frequentador assíduo da pastelaria, que fez pouco da notícia. “Não vende. Acontece que o Rio Juvevê passa aqui mesmo, embaixo da Pastelaria. Para construir prédio novo, arranha céu, o terreno não presta.”

Continou nosso amigo, entre um de queijo e outro de carne seca com cebola: “Já vieram vários compradores ver o prédio, mas quando veem o rio, dão meia volta na hora. O japonês não sai daqui”, cravou.

Ontem, felizes com o pontapé inicial no blog, resolvemos comemorar. Escolhemos a lanchonete do seu Ricardo – além dos pastéis orelha de elefante, estávamos de olho nas Antarcticas a R$ 2,50, promoção perfeita para o calor da semana em Curitiba.

Fernanda Ayres
A conta: pouco mais de 60 reais por meio engradado de cerveja e alguns pastéis para cinco pessoas.

De repente, chega seu Ricardo com a notícia. “Vendeu”. Mas como? “Teve negociação ainda hoje. Tá fechado”. O que parece catástrofe, porém, é boa notícia. Consta que o novo dono do prédio (que também abriga uma tradicional casa de espetinhos) passou na pastelaria pra avisar que faz questão que o negócio continue por ali. O prédio será reformado (esperamos que só no essencial), mas ninguém precisará sair.

Taí o motivo, então, para você passar logo mais na Pastelaria Juvevê, aproveitar a combinação calor e cerveja barata e propor um brinde à sensibilidade do novo dono do prédio e, principalmente, ao pequeno, mas valente Rio Juvevê. O rio que nos salvou de ver subir mais um monstro neoclássico – e, principalmente, de perder os maiores (e talvez melhores) pastéis da cidade.

No mapa:
“É o lugar onde se encontra o maior pastel de Curitiba! O preço varia de $2,80 (um recheio) a uns $11 (trocentos recheios), e você pode personalizar o recheio do pastel! Isso sem falar nos outros quitutes como Rollmops, Lambari frito e por aí vai. Recomendo provar a pimenta radioativa do lugar. Tem promoção de cerveja – duas Sol por R$3. E um lance bizarro – à medida que anoitece, a cerva fica mais cara, pra expulsar os bebuns.”

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Serviço

Avenida João Gualberto, 1817, Juvevê, (41) 3254-4239 e (41) 3253-0838.

Não aceita cartões.

Segunda a sábado, das 8:30 às 23:00.

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Veja a localização no mapa da Baixa Gastronomia.

Fernanda Ayres
Por aqui é assim, freguesia!

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