Por Giulia Fontes
A estátua de Tindiquera, cacique que teria apontado aos portugueses o local onde nasceria o povoado de Curitiba, continua causando polêmica. No ano passado, a obra foi retirada da Vilinha do Bairro Alto e deslocada para a Praça Tiradentes, onde, de acordo com o prefeito Rafael Greca, poderia ser “melhor cuidada”. A medida gerou reclamações dos moradores do bairro.
Agora, Greca resolveu devolver a estátua, feita por Elvo Benito Damo, ao seu lar original. No Centro, um novo monumento foi instalado, representando o cacique com uma pinha e um lobo guará.
Na opinião do pesquisador Gehad Hajar, entretanto, a estátua constitui um “erro histórico” que não deveria ser perpetuado pelas autoridades. “Os historiadores que vêm pesquisando as origens e a fundação de Curitiba já mostraram que esse índio nunca existiu. É uma lenda”, afirma.
De acordo com ele, nem mesmo o nome do personagem é fidedigno. No idioma utilizado pelos indígenas à época, a palavra “tindiquera” fazia referência a um tipo de habitação. “É um engano. Fazer mais uma dessas estátuas é gastar dinheiro público em monumentos que não representam nada”, critica.
Verdade histórica ou não, o índio fez sucesso enquanto esteve na Praça Tiradentes. No ano passado, a estátua foi até agasalhada para enfrentar o frio do inverno curitibano.
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