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Obra abandonada de escola em Ponta Grossa, que estava sob responsabilidade da Valor (Foto: Jonathan Campos)
Obra abandonada de escola em Ponta Grossa, que estava sob responsabilidade da Valor (Foto: Jonathan Campos)| Foto:

Colaborou: Felippe Aníbal

Segundo informações do delator da operação Quadro Negro, Eduardo Lopes de Souza, o desvio de recursos da educação no Paraná não ficaria restrito a dinheiro destinado à construção de escolas. Caso o esquema tivesse seguido sem ser descoberto, o próximo alvo da corrupção seria o fornecimento de merenda nas escolas do estado.

Em seu depoimento durante audiência na 9ª Vara Criminal de Curitiba – cujos vídeos foram divulgados pela RPC TV na noite de segunda-feira (14) – Souza afirmou que os desvios que foram feitos no primeiro mandato de Beto Richa (PSDB) eram uma espécie de investimento para expandir os desvios no segundo governo. Nas palavras de Souza, o frutos seriam colhidos após a reeleição.

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Para isso, um dos trunfos do grupo era colocar Maurício Fanini na presidência da Fundepar, autarquia que administra toda a rede física escolar do Paraná. Ao relatar uma conversa que teve com o presidente da Assembleia, Ademar Traiano (PSDB), o delator afirmou que naquele momento ninguém tiraria a indicação de Fanini para a presidência do órgão. Com mais poder para um dos principais agentes do esquema, os desvios expandiriam, como relata Eduardo Lopes de Souza.

“O Fanini me chamou e falou para mim: ‘Eduardo, não vamos mexer só com obras, você vai cuidar para mim da merenda também. Você vai acertar com os empresários da merenda, você vai ser meu cara’”, disse o delator.

Como a Quadro Negro foi deflagrada pela Polícia Civil em julho de 2015, sete meses após Richa assumir seu segundo mandato, os planos de expansão do esquema criminoso foram frustrados.

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