A Câmara de Curitiba é frequentemente criticada por se dedicar a assuntos desimportantes, de pouco interesse público. A imagem que se consolidou é a de uma casa legislativa dedicada quase que exclusivamente à aprovação de nomes de rua. Essa fama não chega a ser infundada, mas também não é completamente justa. Há momentos em que os vereadores de Curitiba conseguem ir muito além dos projetos menos relevantes.
A sabatina que os parlamentares fizeram na manhã desta terça-feira (14) com o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto, foi um bom exemplo de como a Câmara pode atuar em debates importantes para a cidade e também de como a função fiscalizadora é essencial para o município – ainda que seja abandonada com frequência em nome de uma relação amistosa com o Executivo.
A relevância do transporte coletivo é indiscutível. De seu bom funcionamento dependem a atividade econômica na cidade e também a qualidade de vida dos passageiros. Pensemos em um dia de greve: os empresários perdem dinheiro e os trabalhadores perdem horas buscando meios de chegar ao trabalho.
Com perguntas objetivas e evitando usar o tempo de fala para proselitismo político, os vereadores da capital esmiuçaram os dados referentes ao financiamento do transporte coletivo em uma sessão pública e transmitida via internet. O presidente da Urbs, por sua vez, tinha respostas claras às perguntas e dava as explicações necessárias para que os detalhes técnicos fossem compreendidos.
O diagnóstico que foi feito não é dos mais animadores, mas representa o que se tem visto nos últimos anos: com menos passageiros o sistema de transporte tem dificuldades para se financiar, por isso tem dificuldades para se manter inovador e atrativo. Em resumo, o problema é grave, mas sua solução passa por essa postura madura e republicana da Câmara de requisitar informações e da prefeitura de fornecê-las.
A íntegra da sabatina pode ser acessada aqui.
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