Entre 2014 e 2018 o patrimônio do ex-governador Beto Richa (PSDB) diminui R$ 708 mil. Há quatro anos, a declaração de bens entregue pelo então candidato ao governo do Paraná para o Tribunal Regional Eleitoral somava R$ 5.547.332,88. Já os dados registrados em 2018 mostram que, atualmente, o patrimônio de Richa é de R$ 4.839.118,14. A redução equivale a 12%.
Além da queda, houve uma mudança no perfil do patrimônio do ex-governador. Em 2014, 88% do dinheiro declarado por Richa estava em ações ou outros investimentos em instituições financeiras. O restante estava em seis imóveis (11%), um automóvel (0,9%) e título de um clube (0,1%).
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Na relação apresentada ao Tribunal em 2018, não há mais imóveis no patrimônio do governador. Outra mudança é que os investimentos representam 32% dos bens e a maior parte do patrimônio de Richa, R$ 3,2 milhões, está declarada sob a forma de “crédito decorrente de empréstimo”. Ou seja, 67% do dinheiro do governador foi emprestado e aparece na declaração como crédito a receber.
Por meio de sua assessoria, o governador afirmou que “as informações sobre o patrimônio são reservadas e prestadas a Receita Federal”.
Investigações
Como o nome de Beto Richa está envolvido em investigações de corrupção, como nos casos da operação Quadro Negro e da delação da Odebrechet, uma das dúvidas suscitadas pela mudança no perfil de bens do ex-governador é sobre a possibilidade de apreensão do patrimônio em uma eventual condenação judicial.
Sólon Cícero Linhares, pós-doutor em direito penal e professor na PUC-PR afirma que como “o sequestro é o congelamento de um bem, de um direito ou de um valor pertencente a pessoa, direta ou indiretamente, para fins de garantir uma eventual sentença penal condenatória”, os R$ 3,2 milhões declarados como “crédito decorrente de empréstimo” estão sujeitos a apreensão judicial em uma eventual condenação.
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