Vereadores de Curitiba subiram à tribuna da Câmara Municipal nesta terça-feira (29) para denunciar atos de agressão verbal e ameaças que vêm sofrendo de servidores municipais. As ações relatadas pelos vereadores ainda são motivadas pela aprovação dos projetos de ajuste fiscal, no ano passado. As medidas enviadas pela prefeitura e aprovadas pelos vereadores tiveram impacto na carreira dos servidores municipais. O primeiro parlamentar a falar sobre o assunto foi Hélio Wirbiski (PPS).
“Venho falar de um tema que vem nos assustando um pouco. Muitos vereadores, principalmente os candidatos, têm recebido algumas ameaças, ameaças mesmo, até falando em ameaças contra a família, contra as pessoas e de homens contra mulheres, principalmente”.
O vereador relatou um caso acontecido com a vereadora Maria Letícia Fagundes. Em sua página no Facebook, ela recebeu de uma mensagem enviada por um professor da rede municipal de ensino.
“A Sra. não merece só não ser eleita: a Sra. merece uma morte dura e cruel, pois matou o sonho de uma vida melhor para todas as famílias dos servidores, aumentou taxa de lixo, aumentou ITBI, aumentou IPTU! Desejo que seu avião caia durante a campanha, que um caminhão bata de frente no seu carro e você tenha uma morte horrível”, escreveu Thiago Sebben.
DESEJOS PARA O PARANÁ: Fortalecimento das vocações regionais
Segundo a vereadora, ofensas e agressões verbais têm sido corriqueiras por parte dos servidores, especialmente neste momento de campanha em que ela disputa uma vaga na Assembleia Legislativa, entretanto neste tom de rispidez ela ainda não havia recebido nenhuma mensagem.
“Eu sempre recebo críticas por conta da questão do plano de recuperação, num nível agressivo sempre, mas neste nível de desejar a minha morte é a primeira vez. Vou avaliar com meu jurídico para ver quais são as providências que cabem”, informou a vereadora.
Ela disse ainda que essas agressões são mais comuns e ofensivas pelo fato de ser mulher.
O presidente da Câmara, Serginho do Posto (PSDB) também se manifestou sobre o assunto.
“Gostaria de me solidarizar com a vereadora Maria Letícia, dizer que a tolerância não combina com a democracia. Acredito que a intolerância não favorece o debate democrático. A Câmara se sente consternada com esses fatos”, afirmou.
O blog não conseguiu contato com o servidor que escreveu a mensagem à vereadora, mas em suas redes sociais ele falou sobre o assunto. No texto, ele rechaça a informação de que as agressões seriam motivadas pelo fato de ela ser mulher e reitera críticas à parlamentar.
“Foram tantos ataques feitos a nossa carreira que só posso desejar que sua vida, e dos outros vereadores que votaram a favor do pacotaço, se transforme no inferno na Terra”, escreveu.
O Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba foi procurado para comentar o assunto, mas a diretoria informou que não vai se manifestar sobre o caso.
Acompanhe o blog no Twitter.