Considerando as doações eleitorais declaradas à Justiça Eleitoral até o sábado (1), 95% dos recursos captados pelos candidatos ao governo do Paraná para suas campanhas vieram de fontes públicas de financiamento, especialmente do Fundo Especial de Financiamento de Campanha – o chamado Fundão Eleitoral.
Dos dez candidatos ao governo, cinco já declararam ter recebido doações: Cida Borghetti (PP); Ratinho Junior (PSD); João Arruda (MDB); Dr. Rosinha (PT) e Jorge Bernardi (Rede). A soma das receitas é de R$ 11,5 milhões, sendo R$ 10,9 milhões oriundos dos fundos partidário (R$ 1 milhão) e eleitoral (R$ 9,9 milhões).
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Dos R$ 11,5 milhões arrecadados, apenas R$ 600 mil vieram de fontes privadas – a maior de uma doação feita pelo próprio Ratinho Junior a sua campanha.
Por enquanto, quem mais arrecadou dinheiro para financiar a campanha foi a governadora Cida Borghetti (PP). Ela já conseguiu R$ 6,6 milhões. Com exceção de uma doação de R$ 10 mil, feita por uma pessoa física, todo o restante do dinheiro veio do Fundo Eleitoral, cuja gestão é feita pela direção nacional do Partido Progressista. O tesoureiro do partido é Ricardo Barros, marido e coordenador de campanha da governadora.
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Esta é a primeira eleição geral que acontece após o Supremo Tribunal Federal proibir a doação de empresas, em 2015, que representava boa parte do financiamento das campanhas. Em 2016, nas eleições municipais, os candidatos tiveram dificuldades para custear as campanhas. Para driblar esse problema problema nas eleições deste ano, o Congresso Nacional aprovou no ano passado a criação do Fundo Eleitoral, de R$ 1,7 bilhão. O fundo é composto por dinheiro público oriundo das emendas parlamentares e da extinção da compensação fiscal paga às emissoras de rádio e de TV pela veiculação da propaganda partidária obrigatória.
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Ao fundo eleitoral somam-se os recursos do Fundo Partidário. Esse fundo já existia e distribui aos partidos cerca de R$ 900 milhões anuais. O dinheiro vem do orçamento da União, do pagamento de multas eleitorais e de outras fontes definidas em lei. Apesar de poder ser usado no financiamento de campanhas, esse fundo tem algumas despesas obrigatórias, como o custeio de instituições de pesquisa e formação política ligadas aos partidos.
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