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Quatro pontos para decifrar o que Dr. Rosinha faria no governo do Paraná

Dr. Rosinha (PT) (Foto: Albari Rosa) (Foto: )

Após quatro mandatos na Câmara Federal – entre 1998 e 2014 – e mais dois anos no alto comissariado do Mercosul, Dr. Rosinha (PT) disputa o governo do Paraná com a tarefa de defender o legado petista no e sustentar as propostas do partido para o estado. Pelo plano de governo apresentado por Dr. Rosinha e pelas entrevistas e sabatinas das quais participou é possível imaginar quais serão as principais características de um eventual governo petista no Paraná.

Funcionalismo

Durante os dois mandatos de Beto Richa (PSDB), o PT atuou politicamente nos embates entre o Executivo e os servidores estaduais. Especialmente após o 29 de Abril, que rompeu o diálogo da gestão com o funcionalismo, O PT mobilizou seus deputados na Assembleia Legislativa e sua militância de base para encorpar as insatisfações do servidores. Com isso, a tendência é que um eventual governo de Dr. Rosinha seja muito mais amistoso no trato com os sindicatos de servidores públicos e muito mais receptivo em relação às suas demandas.

É contra os pedágios no Paraná? Veja o que os candidatos pensam sobre o assunto. 

Dr. Rosinha já disse, por exemplo, que se eleito vai recompor as perdas salariais que os servidores tiveram com o congelamento da data-base. Ele reconhece que é impossível fazer isso logo no primeiro ano de seu governo, mas garante todos os reajustes até o fim de seu mandato.

Políticas afirmativas

Outra característica de governos petistas são as políticas afirmativas voltadas a minorias, que têm o objetivo de reduzir desigualdades. No plano de governo de Dr. Rosinha há uma série delas. Entre elas estão “implementar ações afirmativas no serviço público do estado para corrigir as desigualdades raciais ainda fortemente presentes no mundo de trabalho”; “criação da Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres”; e “criar uma Rede de apoio aos migrantes e refugiados composta por diferentes órgãos públicos”.

Democracia participativa

Nas eleições municipais de 2000, quando Cássio Taniguchi (então no PFL) e Ângelo Vanhoni (PT) disputavam o segundo turno em Curitiba, o PFL lançou uma propaganda que criticava o que na época se chamava de assembleísmo petista; ou seja, um apego exagerado à participação popular. À parte a discussão ideológica, a peça publicitária era eficiente. No vídeo, uma passageira de ônibus pergunta ao cobrador se aquela é a linha que vai para a Praça Rui Barbosa. O cobrador responde que não sabe dizer porque depende da decisão da assembleia que acontece no fundo do ônibus.

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Hoje, nem o DEM – antigo PFL – deve rechaçar com tanta a ênfase a democracia participativa; o PT segue acreditando no modelo.

“É nossa proposta assegurar a participação da sociedade civil paranaense em todos os grandes debates que envolvam a administração estadual, na elaboração, na implementação e no acompanhamento das políticas públicas. Essa participação se efetivará por meio de reuniões em todas as regiões do estado, redes sociais e mecanismos digitais de participação via internet, que serão incorporadas à gestão pública”.

PT raiz

Ainda que tenha encampado a defesa do ex-presidente Lula e do legado petista, Dr. Rosinha integra uma corrente de oposição dentro do partido, a Democracia Socialista. A DS, como é conhecida, sempre teve postura contrária ao pragmatismo das correntes majoritárias e tem um discurso que lembra o petismo anterior ao da Carta ao Povo Brasileiro, documento de 2002 que amenizou o discurso do então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva. Desse modo, um eventual governo de Dr. Rosinha pode ser menos pragmático que o PT foi nos anos em que comandou o país.

Esta publicação faz parte de uma série de quatro textos que serão publicados no blog apontando quais devem ser as características de um eventual governo dos quatro principais candidatos ao governo do Paraná.

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