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Em discurso de despedida, Requião diz que sai do Senado, mas não da vida pública

Roberto Requião (MDB) em seu discurso de despedida do Senado. (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado) (Foto: )

O senador Roberto Requião (MDB) subiu à tribuna na terça-feira (11) para fazer seu discurso de despedida do Senado Federal. Em pouco menos de 20 minutos, o emedebista sintetizou sua visão de país e criticou Jair Bolsonaro (PSL) e aliança política que o sustenta. Em suma, foi o discurso de um nacional desenvolvimentista profetizando a ruína do que chamou de ultraliberalismo. Em suas palavras finais, Requião ainda deixou aberta a porta da atuação política.

“Daqui a algumas semanas, encerra-se o meu mandato de senador. Não me recolho à vida privada, não tenho também esse direito. Enquanto respirar, viverei pelo Brasil, fiel, intransigentemente fiel, à utopia que me embala desde a meninice: o sonho de um país soberano, desenvolvido e bom para todos”, disse Requião no último trecho de seu discurso, sem detalhar como será sua atuação política pós-Senado.

Antes disso, ele não economizou críticas a Bolsonaro e sua equipe. Disse que a aliança política do presidente eleito é tosca e primitiva.

“Temos à vista uma frente inusitada, um bando de especuladores e de agiotas, ultraliberais entreguistas e traidores da Pátria, ombro a ombro com as Forças Armadas. Eu até poderia estender a adesão da teologia da prosperidade”, afirmou o Senador.

Além de atacar ele também listou os posicionamentos que nortearam sua ação parlamentar nos últimos oitos anos, especialmente as pautas em que era contrário. Entre elas estão a privatização da Petrobras e da Eletrobras; a entrega da Base de Alcântara para os Estados Unidos; a absorção da Embraer pela Boeing; a venda de terras para os estrangeiros; em entre outros, a privatização da água, das florestas, do ar e do mar territorial.

Como tem feito desde o começo de seu mandato no Senado, Requião também se posicionou sobre a política externa brasileira. Ele criticou o “alinhamento automático com os Estados Unidos”.

“Não se lembram mais de que, para realizar os nossos objetivos nacionais permanentes, para isso, é essencial que sejamos um País soberano, dono do seu próprio nariz, que não se envolva nessa ideologização estúpida, atrasada, provinciana em que Guedes, Araújo e Vélez Rodriguez querem nos meter?”, questionou.

No discurso, Requião só falou do Paraná ao dizer que exerceu com honra, dedicação e brasilidade o mandato concedido pelos paranaenses.

Assista à íntegra do discurso:

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