Durante a campanha eleitoral, Ratinho Junior (PSD) empunhou com firmeza a bandeira da nova política. Era um discurso generalista, mas que tinha como um de seus pilares a indicação de não políticos para cargos que exigissem conhecimento técnico. Ratinho nem assumiu o governo, mas essa base da nova política já começou a ruir. Nos últimos dias, dois deputados federais eleitos do PSD – mesmo partido do governador – foram indicados para o comando de secretarias.
Ney Leprevost será o secretário da Justiça, Trabalho e Família; e Sandro Alex comandará a pasta da Infraestrutura e Logística.
Leprevost é administrador de empresas formado em um curso a distância da Unitins e dedicou boa parte da vida à atividade parlamentar. A formação acadêmica do deputado foi alvo de críticas feitas pela campanha de Rafael Greca (PMN) na disputa pela prefeitura de Curitiba em 2016. Sem entrar no mérito da qualidade da graduação, é difícil encontrar alguma aderência que justifique tecnicamente sua indicação para a secretaria.
Sandro Alex é advogado e foi eleito para seu terceiro mandato como deputado federal. Sua trajetória política foi impelida pela carreira de radialista em Ponta Grossa. Na cidade, a família é dona de duas emissoras, a Mundi FM e a Massa FM, vinculada ao Grupo Massa, da família do governador eleito. Mais uma vez, é difícil encontrar argumentos que expliquem a nomeação pelo conhecimento técnico.
A nomeação de técnicos para o comando de secretarias não é nenhuma obrigação legal, mas como foi amparado nesse discurso que Ratinho chegou ao Palácio Iguaçu, é inevitável que o governador seja confrontado após a indicação de dois parlamentares de seu partido que têm pouca ou nenhuma relação com a área que comandarão.
Com as indicações, quem assume as cadeiras deixadas vagas na Câmara Federal são os deputados do PSD Evandro Roman e Stephanes Junior, filho do líder da equipe de transição de Ratinho Junior, Reinhold Stephanes.
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