Nos dias que antecederam a eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal Curitiba, realizada nesta sexta-feira (21), a crítica mais frequente que se ouvia ao nome do agora presidente eleito Sabino Picolo (DEM) é que sua gestão levaria a Câmara de volta à era Derosso, em referência ao ex-presidente que comandou a Casa por 15 anos e caiu após ser alvo de denúncias de corrupção. Inicialmente, os vereadores reticentes ao nome de Sabino diziam isso de forma reservada. Nesta sexta-feira, as críticas foram abertas.
No Twitter, Cristiano Santos (PV) escreveu: “Não contribuirei para que seja alguém que faça a casa voltar ao passado. Pregar nova política e praticar o contrário não é comigo”.
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Antes declarar sua abstenção, já que Sabino Picolo foi candidato único, Professora Josete (PT) disse que seu voto era contra o retrocesso.
Na primeira entrevista coletiva que deu após ser eleito, Sabino Picolo naturalmente foi questionado sobre sua relação com o ex-presidente João Claudio Derosso. A resposta, que poderia indicar que o passado foi superado e que o novo momento da Câmara está consolidado, deu pistas menos animadoras.
Ao ser questionado se fazia alguma ressalva à gestão Derosso, Sabino Picolo deu a seguinte resposta: “Eu não tenho nada a acrescentar e nem diminuir. Eu só quero agradecer ao Derosso que me deu oportunidade de ser vice-presidente na época. E eu, por mais próximo que estava de Derosso, não tive nenhum arranhão, uma mancha sequer. Conduzo minha vida com muita tranquilidade sem ter nada que pese contra minha pessoa”.
Ainda na entrevista, Picolo afirmou que hoje assume a Câmara em um momento mais tranquilo que aquele de 2011.
“Hoje nós assumimos a Câmara em um momento diferente e com condições muito melhores. Nossa proposta é dar continuidade a esse bom trabalho, trazendo bons técnicos e aperfeiçoar esse trabalho para que a gente dê o melhor para a cidade e para o prefeito fazer o que a cidade precisa”, afirmou.
O risco de a Câmara dar um passo atrás não é uma irresponsável acusação de que Sabino Picolo cometerá atos ilegais, o que se teme perder são os ganhos republicanos que a Câmara teve na agenda pós-Derosso, especialmente em relação à transparência das informações públicas e à economicidade.
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