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Como o fim da aliança MDB e PT reconfigura a oposição no Paraná

Gleisi Hoffman (PT) e Roberto Requião (MDB) no plenário do Senado Federal (Foto: Pedro França/Agência Senado) (Foto: )

Era esperado que o afastamento do ex-senador Roberto Requião da presidência do MDB do Paraná distanciasse a legenda do Partido dos Trabalhadores. O diálogo com o PT e especialmente a defesa do ex-presidente Lula era muito mais uma pauta de Requião que de seus correligionários. Muitos emedebistas atribuíram o fraco desempenho eleitoral da legenda no ano passado ao discurso petista do partido.

Ainda que sobrinho de Requião, o ex-deputado João Arruda, atual presidente da legenda no Paraná afirmou categoricamente que “se encerra um ciclo de parceria com o PT”.

A declaração foi feita no contexto de previsões para as eleições municipais de 2020. “Apesar de liberarmos os municípios para fazerem suas coligações, a recomendação do partido é essa [de não se aliar ao Partido dos Trabalhadores]”, afirmou.

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Ainda que os partidos não viessem se coligando formalmente nas disputas para o governo ou para a prefeitura de Curitiba, havia um alinhamento político e ideológico entre os dois grupos.

Levada a cabo, a decisão emedebista pode reconfigurar a oposição no estado – já que os dois partidos vinham sendo responsáveis pelo embate com o governo nas gestões de Beto Richa (PSDB), Cida Borghetti (PP) e Ratinho Junior (PSD). De certa forma, o movimento é similar ao que está acontecendo no plano federal, onde PDT, PCdoB e PSB articulam uma oposição independente do PT.

No estado, as legendas não estão alinhadas do mesmo modo que em Brasília – o MDB do Paraná está mais a esquerda que o nacional, mesmo sem o comando de Requião, e o PSB local parece estar mais à direita, sempre aliado ao PSDB. Ainda assim, a declaração de Arruda indica que se articula no Paraná a criação de uma oposição de centro-esquerda que não seja ancorada no Partido dos Trabalhadores.

Esse movimento começou nas eleições de 2018, quando João Arruda foi candidato a o governo com o apoio do PDT, PCdoB e Solidariedade. Há emedebistas que defendem a reedição dessa aliança em Curitiba no ano que vem. Um empecilho evidente para isso é que tanto João Arruda como o deputado Gustavo Fruet (PDT) não escondem o desejo de disputar a prefeitura.

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